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Coronavírus faz economistas preverem tombo de mais de 4% no PIB em 2020

A aceleração da disseminação da Covid-19 levou à 12ª revisão consecutiva para o resultado da economia no país; contração prevista é maior que em 2016

Por Larissa Quintino Atualizado em 11 Maio 2020, 09h44 - Publicado em 11 Maio 2020, 08h33

Especialistas do mercado financeiro reduziram, mais uma vez, a previsão para o desempenho da economia brasileira neste ano. Segundo o Boletim Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira, 11, o Produto Interno Bruto (PIB) de 2020 deve apresentar uma contração de 4,11% – na última semana, a estimativa era de queda de 3,34%. O cenário de deterioração econômica leva em consideração a evolução da pandemia do coronavírus no país – já são mais de 162 mil casos e 11 mil mortes – e também a tumultuada cena política. Para 2021, a projeção do mercado é de um crescimento de 3,2%. Essa foi a décima segunda vez consecutiva que a previsão de resultado da economia para este ano foi revisada.

No início do ano, quando a pandemia do coronavírus estava concentrada na China e não se sabia ao certo quando e como chegaria ao Brasil, os especialistas estimavam crescimento econômico para este ano na casa de 2,3%.

Caso a previsão do mercado financeiro para o resultado da economia brasileira se confirme, a queda do PIB de 2020 será ainda maior do que a registrada em 2016, ano do impeachment de Dilma Rousseff, quando a economia retraiu 3,3%. A projeção do mercado financeiro é mais otimista que a expectativa do Banco Mundial e FMI, que preveem contração de 5% para o Brasil neste ano. Ressalta-se, no entanto, que algumas casas de análise já estimam uma queda acima dos 7% para o PIB deste ano. Com a evolução da doença, algumas regiões já começam a adotar o sistema de “lockdown”, como acontece no Maranhão e no Pará. Em São Paulo, a flexibilização esperada para começar nesta segunda-feira não se concretizou porque a curva de contágio não caiu. Conforme outros estados adotem medidas mais duras de combate a pandemia, as projeções para o PIB devem se retrair ainda mais.

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Inflação

Além da revisão para o PIB, os economistas consultados pelo Banco Central também reduziram as projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, IPCA, que mede a inflação oficial no país. Com menos demanda de produtos, os preços tendem a não acelerar tanto. A previsão para o indicador saiu de 1,97% para 1,76% no ano, abaixo da meta traçada, que é de 4%. Na semana passada, o resultado do IPCA de abril trouxe deflação de 0,31%, primeira vez na história que o indicador de abril é negativo. Para 2021, a projeção caiu de 3,30% para 3,25%. 

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A taxa básica de juros, a Selic, por sua vez, teve sua projeção reduzida de 2,75% para 2,50% ao fim deste ano. Hoje, a Selic vigora em 3% ao ano. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu em 0,75 ponto porcentual a taxa para estimular a economia durante a crise.

A projeção para o dólar se manteve em 5 reais, porém a moeda continua sua escalada rumo aos 6 reais. Na sexta-feira, a moeda americana fechou em alta de 5,73 reais.

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