Contas do governo central ficam no vermelho em R$ 31 bi em fevereiro
Receitas cresceram 3% e despesas, sob efeito dos precatórios, caíram 12%. Ainda assim, os gastos do mês superaram a arrecadação

O governo central registrou um déficit primário de 31,673 bilhões de reais em fevereiro. O rombo das contas públicas federais é 48% menor que no mesmo mês em 2023, quando o déficit foi de 58.3 bilhões de reais.
O resultado vem de uma receita líquida total que somou 143,785 bilhões de reais – 3% superior que um ano antes – e despesas que foram a 175,459 bilhões, uma queda de 12,6% na comparação com fevereiro de 2024. As variações já descontam a inflação do período.
A forte redução nas despesas se deve em grande parte ao efeito dos pagamentos de precatórios atrasados realizados no ano passado. Esta rubrica custou 31 bilhões de reais ao Tesouro em fevereiro do ano passado e foi praticamente zerada neste anos, reduzida a 237 milhões de reais no mês.
No bimestre, considerados janeiro e fevereiro juntos, as contas públicas estão no azul em 53,2 bilhões de reais, mais que o dobro do resultado do mesmo período do ano passado (21,2 bilhões), ajudado pelo resultado positivo de mais de 80 bilhões de reais em janeiro.
O resultado primário aponta em quanto as despesas do governo ficaram maiores ou menores do que as receitas. Quando ficam dentro do arrecadado, há superávit, e quando ultrapassam a arrecadação há déficit. A meta fiscal para o ano é de entregar é de déficit zero, ou seja, de entregar despesas e receitas em equilíbrio.
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira 27 pelo Tesouro Nacional. O governo central reúne as contas do Tesouro, do Banco Central e da Previdência Social. No bimestre, o resultado apenas do Tesouro Nacional foi superavitário em 95,7 bilhões de reais (alta real de 55% ante fevereiro do ano passado). O rombo da Previdência Social, em que entram as contribuições e benefícios do INSS, subiu 5%, para 42,6 bilhões, enquanto o resultado do Banco Central ficou negativo em 4 bilhões de reais, ante déficit de 107 bilhões de reais há um ano.