Consumidores querem empresas preocupadas com o meio ambiente
Segundo o presidente do Instituto Akatu, as políticas de responsabilidade socioambiental não são mais um diferencial para as empresas, mas uma obrigação
O padrão de consumo do brasileiro mudou e os consumidores agora esperam que as empresas protejam a sociedade e o meio ambiente, afirmou o presidente do Instituto Akatu, Helio Mattar, nesta terça-feira, 17, durante o VEJA EXAME Fórum 2017 – A Revolução do Novo.
De acordo com o executivo, as políticas de responsabilidade socioambiental deixaram de ser um diferencial no mercado e são encaradas pelos consumidores como um dever para as empresas. A questão, portanto, não é mudar as práticas ambientais e de sustentabilidade por medo de penalizações impostas pelo governo, mas sim adotar essas políticas como filosofia de negócio.
“Mudou a expectativa dos consumidores em relação às empresas. Ao não protegerem o meio ambiente e a sociedade, as companhias estão criando para o cidadão comum um mundo menos protegido”, diz.
Segundo o executivo, pesquisas mostram que os brasileiros lideram em iniciativas para comprar de empresas sustentáveis enquanto eles próprios adotam práticas socioambientais. “Se no mundo 64% dos consumidores vão atentar somente para empresas que vão além do básico, ou seja, aquelas que realmente se importam com sociedade e meio ambiente, no Brasil, o número chega a 82%.”
O problema, segundo Mattar, é que as grandes empresas brasileiras ainda estão na contramão de uma tendência internacional de inovação para diminuir impactos negativos na produção e aumentar os impactos positivos.
“Se a gente pensar em inovação, as empresas grandes estão longe. Não querem fazer inovação porque não têm certeza se vai ser bem sucedida ou não. Elas esperam o mercado ou pequeno investidor fazer”, afirma Mattar.
Para ele, o único fator que teria grande influência para que as empresas brasileiras prestem atenção ao sustentável é o empoderamento das mulheres no mercado de trabalho. “Mas é uma mudança das mulheres não com aquele comportamento mais masculino do passado nas empresas, mas um olhar feminino, que vai olhando para os negócios e atuando de forma diferente”, diz.