ASSINE VEJA NEGÓCIOS

Como é hoje e o que pode mudar no seguro-desemprego e na multa do FGTS

Possíveis alterações nas regras estão sendo estudadas pelo governo, que busca alternativas para reduzir os gastos

Por Camila Pati Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 out 2024, 15h24 - Publicado em 23 out 2024, 15h18

A equipe econômica do governo federal, liderada pelos ministros Fernando Haddad e Simone Tebet, está analisando propostas extras de ajuste fiscal. É que o governo deve preparar um novo pacote de medidas para cumprir a meta de déficit zero. Entre iniciativas que estão sendo estudadas, estão possíveis alterações nas regras do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do seguro-desemprego. 

A medida na mesa da equipe econômica do governo Lula foi criticada por algumas das principais centrais sindicais, que enviaram uma nota contra a medida. Além da Força Sindical, também assinaram a nota a UGT (União Geral dos Trabalhadores), a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), a NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores) e a CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)., à exceção da CUT, aliada do governo. 

1.O que é a multa do FGTS e como ela funciona atualmente?

Pela legislação atual, quando um trabalhador é demitido sem justa causa, ele tem direito a uma multa de 40% sobre o saldo do FGTS, que é depositado mensalmente pela empresa. Esse valor é pago pelo empregador e é uma compensação para o trabalhador que perdeu o emprego. Além disso, o trabalhador tem acesso ao saldo acumulado no fundo e ao seguro-desemprego, que é custeado pelo governo federal. O atual valor do seguro-desemprego varia de um salário mínimo 1.640 reais até 2.313,74 reais, dependendo do tempo de serviço e do salário anterior.

2.Qual a proposta principal em discussão para a multa do FGTS e seguro-desemprego?

Uma das propostas mais debatidas dentro da equipe econômica, segundo divulgou o jornal Folha de S. Paulo, é abater o valor do seguro-desemprego da multa rescisória do FGTS. A ideia é que, quanto maior a multa paga ao trabalhador, menor seria o valor do seguro-desemprego. Isso resultaria em uma redução no número de parcelas do benefício. Com isso, o governo conseguiria reduzir o custo total desse benefício.

3.Quem tem direito ao seguro-desemprego?

O trabalhador tem direito ao seguro-desemprego se for dispensado sem justa causa e estiver desempregado no momento da solicitação. Além disso, ele deve ter recebido salários de uma empresa ou pessoa física equiparada à jurídica (inscrita no CEI), atendendo aos seguintes critérios: na primeira solicitação, ter trabalhado por pelo menos 12 meses nos últimos 18 meses antes da demissão; na segunda solicitação, ter trabalhado por pelo menos 9 meses nos últimos 12 meses; e, nas demais solicitações, ter trabalhado por pelo menos 6 meses imediatamente antes da demissão. Também é necessário que o trabalhador não possua outra fonte de renda suficiente para sustentar a si e sua família e que não esteja recebendo outro benefício previdenciário de prestação continuada, exceto pensão por morte ou auxílio-acidente.

Continua após a publicidade

4.Onde é possível requerer o seguro-desemprego?

O trabalhador pode requerer o seguro-desemprego presencial ou virtualmente. Presencialmente, com agendamento pela central 158, nas Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego (SRTE), Secretaria Especial da Previdência e Trabalho (SEPRT), Sistema Nacional de Emprego (SINE) e outros postos credenciados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Pela internet é possível requerer no  Portal Gov.br,  aplicativo Carteira de Trabalho Digital, nas versões Android ou iOS.

5.Por que o seguro-desemprego está no foco da equipe econômica?

As despesas com o seguro-desemprego têm crescido, mesmo com o aquecimento do mercado de trabalho. Nos 12 meses até agosto de 2023, os gastos passaram de 47,6 bilhões de reais para 52,4 bilhões de reais. A previsão para 2025 é de que o custo chegue a 56,8 bilhões de reais. Diante desse aumento, o governo busca maneiras de frear esse crescimento, aproveitando o momento positivo do mercado de trabalho.

6.Qual é o objetivo dessas mudanças?

O governo quer reduzir os incentivos para a alta rotatividade de mão de obra, incentivando os trabalhadores a permanecerem mais tempo em seus empregos. Isso também serviria para inibir práticas irregulares, como acordos entre patrão e empregado para dividir a multa do FGTS ou situações em que o trabalhador força a demissão para garantir o seguro-desemprego.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas R$ 5,99/mês*
ECONOMIZE ATÉ 59% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Nesta semana do Consumidor, aproveite a promoção que preparamos pra você.
Receba a revista em casa a partir de 10,99.
a partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$35,88, equivalente a R$ 2,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.