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Como as ações alemãs e chinesas estão ignorando a guerra comercial de Trump

Abertura de mercado: Na China, o governo de Xi Jinping renovou a meta de crescimento do PIB para 5%, enquanto os alemães articulam o novo governo

Por Tássia Kastner
Atualizado em 5 mar 2025, 11h08 - Publicado em 5 mar 2025, 08h25

Ainda sob a ressaca do Carnaval, a B3 reabre nesta quarta-feira às 13h com uma enxurrada de notícias para processar, isso sem falar na possibilidade de precisar se ajustar à liquidação das ações registradas mundo afora na terça-feira. Trata-se de mais uma cortesia de Donald Trump.

Depois de semanas de “vai-não-vai” com a escalada da guerra comercial, o presidente americano afirmou publicamente que as tarifas sobre produtos importados de México e Canadá passariam a valer, isso sem falar na nova taxa adicional de 10% sobre as importações da China. Os três países revidaram imediatamente, causando uma queda nas ações.

Somando os dois pregões do Carnaval, o S&P 500 caiu 2,96%, enquanto o índice Nasdaq recuou 2,98%. Com o andamento da guerra comercial, Wall Street já devolveu todos os ganhos registrados após a eleição de Donald Trump para seu segundo mandato na Casa Branca. E, de acordo com uma reportagem da Bloomberg, investidores estão questionando quanto mais os mercados financeiros precisam afundar para que Trump reaja, ainda na esperança de que o republicano fará uma gestão conservadora.

A Casa Branca tem sido tudo menos ritualística quando o assunto é política. Na terça-feira, Trump foi ao Congresso americano fazer seu primeiro discurso aos parlamentares – e falou como se estivesse em um comício. À população, avisou que sua guerra comercial trará “desconfortos”, em clara referência ao esperado aumento da inflação.

Mas, depois de todo o barulho, mais uma vez apareceu alguém para dizer que talvez a guerra comercial ainda não escale na velocidade prometida. O secretário de Comércio de Howard Lutnick disse em uma entrevista que Trump pode oferecer alternativas para as alíquotas impostas sobre México e Canadá. Nisso, as bolsas americanas ensaiam uma recuperação nesta quarta, com os futuros abrindo no positivo.

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Europa e Ásia decidiram se descolar do caos americano e avançam de forma sólida. Na China, o governo de Xi Jinping renovou a meta de crescimento do PIB para 5% ao ano em 2025. Para investidores, isso significa abrir os cofres para impulsionar a atividade – o que funciona como propulsor das ações.

Na Europa, a Alemanha avança nas negociações para a formação de um novo governo entre CDU e SPD, a coligação que comandou o país durante os anos Merkel. Contrariando o receituário conservador, o provável futuro chanceler Friedrich Merz colocou na mesa a proposta de derrubar o teto da dívida alemã para ampliar os gastos com defesa e preparar um pacote de investimentos. Ironicamente, o atual governo, regido pelo SPD, ruiu justamente quando Olaf Scholz tentou aprovar o fim da restrição ao crescimento da dívida. Ele tinha na sua coalizão os liberais do partido FDP, que não estarão no próximo Parlamento porque não conquistaram o mínimo de 5% dos votos.

A expectativa de impulso para a cambaleante economia alemã faz o índice de Frankfurt DAX ganhar mais de 3% nesta quarta, causando efeito contágio sobre as demais bolsas europeias.

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O EWZ, fundo que representa as ações brasileiras em Nova York, segue a tendência positiva e avança 1,7% nesta manhã, compensando a baixa de 0,83% registrada durante o feriado. É ele quem dá esperança para um pregão positivo no Ibovespa nesta Quarta-Feira de Cinzas.

Agenda do dia

10h15: EUA publicam relatório ADP de empregos no setor privado em fevereiro
11h30: Andrew Bailey (BoE) testemunha no Tesouro britânico
14h: Banco Central publica Boletim Focus
16h: Fed divulga Livro Bege

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