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Como a trend do TikTok pode fazer a Amazon dançar

Entregadores da Amazon estão viralizando com vídeos de dança; o pedido inusitado é dos clientes e já recebeu apoio da empresa, mas ações despencam

Por Luana Zanobia Atualizado em 21 fev 2022, 11h33 - Publicado em 21 fev 2022, 10h50

Os entregadores da Amazon não estão nada confortáveis com um pedido bastante inusitado dos clientes: fazer dancinhas virais do TikTok no momento da entrega. Os vídeos gravados pelas câmeras de segurança estão viralizando nos EUA, e a Amazon já se manifestou dando apoio à prática em um post com mais de 6 milhões de visualizações, o que tem rendido muitas críticas à empresa do bilionário Jeff Bezos.

A trend também pode fazer a empresa dançar. Desde a última quinta-feira, 17, quando surgiram as primeiras reportagens denunciando os casos, as ações da empesa fecham em queda. Na sexta-feira, as ações encerraram com recuo de 1,33%, acumulando queda de 4,26% em uma semana.

O pedido e as instruções para realizar a dança é deixado pelo cliente em sua porta ou por meio do aplicativo da Amazon. Embora muitos entregadores considerem a situação constrangedora e humilhante, eles não têm hesitado com medo das avaliações. Os que se negam estão recebendo avaliações ruins dos clientes, comprometendo os rendimentos e até mesmo os seus empregos. Muitos também alegam que a brincadeira prejudica os prazos estabelecidos para a entrega dos pedidos. “Os motoristas da Amazon são monitorados por câmeras de inteligência artificial e apps de celular e recebem uma nota por seu comportamento no fim da semana. Se você não se comportar exatamente como a Amazon dita, há risco de receber uma nota baixa e seu ganha-pão pode estar ameaçado”, diz o jornal britânico The Guardian em sua reportagem.

No post que um dos entregadores viralizou ao som de “Teach Me How To Dougie”, a Amazon comentou “dançando poppin’ e lockin’ (quebrando e travando, na tradução dos passos utilizado no breakdance) enquanto o pacote chega”.

Essa não é a primeira polêmica que a Amazon se envolve. No ano passado, a empresa foi acusada de sobrecarregar os funcionários ao ponto de precisarem urinar em garrafas para cumprirem os prazos de entrega. No início, a Amazon negou dizendo que “se isso fosse verdade, ninguém trabalharia conosco”, mas depois reconheceu o problema alegando dificuldade de os motoristas encontrarem banheiros abertos nas rodovias durante a pandemia. Até o momento, a Amazon não se manifestou sobre as danças.

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