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Com Trump e sem melhora fiscal, dólar deve fugir pouco dos R$ 6 em 2025

Cotação da moeda já caiu 6% no ano e está em R$ 5,79, mas analistas não acreditam que recuo se sustente

Por Juliana Elias Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 fev 2025, 18h52 - Publicado em 5 fev 2025, 18h47

Apesar de encerrar esta quarta-feira, 5, com um pequena alta, o dólar começou 2025 em uma franca tendência de queda frente ao real. A moeda americana subiu 0,4% nesta sessão, e fechou cotada a 5,79 reais. Desde o início de janeiro, porém, a queda acumulada é de 6,2%. Na última terça, 4, o dólar completou uma sucessão de 12 sessões seguidas de retração, algo que nunca tinha acontecido desde o início do Plano Real, em 1994.

O alívio depois de um fim de ano terrível, quando o país assistiu a uma fuga recorde de capitais e o dólar passou dos 6 reais pela primeira vez na história, é uma mistura de melhora no humor global com uma correção de exageros. Especialistas concordam, entretanto, que há fatores tanto internos, relacionado à situação fiscal, quanto externos, ligados à nova gestão de Donald Trump, que tornam difícil o dólar cair para muito além dos cerca de 5,80 reais em que está atualmente. O mais provável, de acordo com muitos, é que a cotação siga gravitando em torno dos 6 reais ao longo de todo o ano.

“Se o risco fiscal brasileiro continuar como está ao longo de 2025, e não vermos medidas que ataquem o crescimento dos gastos e da dívida pública de maneira estrutural, o câmbio não consegue ficar por muito tempo nesse patamar e nem voltar para perto dos 5,50 reais ou abaixo disso”, disse o economista-chefe da casa de análises Suno Research, Gustavo Sung. A projeção da casa é que a moeda norte-americana encerre o ano cotada em 6,10 reais, e passe 2025 navegando basicamente dentro dessa banda entre os 5,80 e os 6,10.

Para os economistas da equipe internacional do grupo suíço UBS, o dólar pode chegar até os 6,40 reais ao longo deste ano. “Há a resiliência da força do dólar em nível global, ligada em parte às ameaças de (Donald) Trump, e, domesticamente, está também difícil identificar gatilhos positivos”, disse o diretor de investimentos de mercados emergentes nas Américas do UBS Global Wealth Management, Alejo Czerwonko, que falou a jornalistas durante um evento em São Paulo na semana passado.

Boa parte do alívio momentâneo visto em janeiro se deve ao tom mais brando do que o esperado – e até mesmo do que o prometido – por Donald Trump desde que assumiu a Casa Branca, em 20 de janeiro. O “tarifaço” que o republicano alardeou durante a campanha está sendo anunciado aos drops, e, em boa parte deles, o novo presidente dos EUA já recuou após negociações com os países envolvidos, caso do Canadá e do México.

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“Com a posse de Trump tivemos uma descompressão do prêmio no dólar internacional e isso acarretou em uma boa performance de todas as moedas emergentes, principalmente as moedas latinas”, diz o analista de macroeconomia da AF Invest, Marcos Freitas. “E, como o real foi uma das piores moedas no fim do ano passado, agora, naturalmente, está sendo uma das melhores.”

“Temos uma parte do excesso que se observou em dezembro sendo devolvido”, diz o analista da Empiricus Research Matheus Spiess. “Houve uma sobrevenda dos ativos brasileiros, porque, na dúvida, e diante da falta de credibilidade que o governo apresentou, o pessoal vende mesmo.”

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