Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
ASSINE VEJA NEGÓCIOS

Coca-Cola vai produzir nova versão após pressão de Trump

Decisão atende apelo político do presidente e acirra disputa entre lobbies agrícolas; novidade foi apresentada pela empresa no relatório financeiro do 2º tri

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 jul 2025, 11h51 - Publicado em 22 jul 2025, 11h21

A Coca-Cola vai lançar ainda este ano, nos Estados Unidos, uma nova versão de seu refrigerante clássico adoçada com açúcar de cana cultivado no próprio país. O anúncio, feito nesta terça-feira, 22, foi incluído no relatório de resultados do segundo trimestre da empresa. Além de sinalizar uma resposta ao mercado, o lançamento também ecoa uma pressão pública liderada nada menos que pelo presidente Donald Trump.

A medida vem em um momento estratégico, em que a Coca-Cola busca diversificar seu portfólio e atender a um consumidor cada vez mais atento aos ingredientes. Atualmente, a Coca-Cola vendida nos EUA é adoçada com xarope de milho de alta frutose, um ingrediente mais barato, mas frequentemente criticado por seu impacto à saúde.

“Como parte de sua agenda contínua de inovação, a empresa planeja lançar, neste outono, um produto feito com açúcar de cana dos EUA para expandir sua linha de produtos da marca Coca-Cola”, informou a companhia no documento aos acionistas.

A empresa, no entanto, foi cautelosa. Disse apenas que a novidade foi “desenvolvida para complementar o forte portfólio principal da empresa e oferecer mais opções para diferentes ocasiões e preferências”. Não há, até o momento, confirmação de que essa fórmula substituirá a tradicional ou se será uma edição limitada. Tampouco foram reveladas imagens, nome oficial ou detalhes sobre o rótulo.

Embora a Coca-Cola tenha evitado associar diretamente o novo produto ao cenário político, o pano de fundo da decisão não passou despercebido. Na semana passada, Trump publicou em sua rede Truth Social que havia mantido conversas com a empresa sobre a reformulação da bebida. “Tenho falado com a Coca-Cola sobre o uso de açúcar de cana de verdade nos EUA, e eles concordaram em fazer isso. Vai ser um ótimo movimento – vocês verão. É simplesmente melhor!”, escreveu o republicano. Curiosamente, embora defenda o uso de menos adoçantes artificiais, Trump é conhecido por seu consumo regular de Diet Coke, adoçada com aspartame. O contraste entre discurso e hábito não passou despercebido por críticos e analistas.

Continua após a publicidade

A declaração causou barulho. Trump, conhecido por seu discurso nacionalista e protecionista, tem se posicionado contra o uso do xarope de milho, frequentemente ligado ao agronegócio e a acordos comerciais com grandes produtores. O apelo pelo “açúcar de verdade” também alimenta uma narrativa de retorno às origens e à qualidade percebida de tempos passados, quando a fórmula da Coca levava açúcar de cana e a bebida era engarrafada em vidro. Fora dos EUA, a Coca-Cola com açúcar de cana é comum. No Brasil, por exemplo, essa já é a fórmula tradicional. O mesmo vale para o México, diversos países da América Latina e boa parte da Europa.

A defesa do açúcar de cana não é apenas uma pauta de saúde pública ou marketing nostálgico, é também uma jogada estratégica no tabuleiro eleitoral e econômico dos EUA. A iniciativa de Trump, endossada também por Robert F. Kennedy Jr., desafia diretamente a indústria do milho, um dos pilares da agricultura americana, especialmente no Centro-Oeste.

A possível substituição do xarope de milho por açúcar de cana acende um alerta entre os produtores do chamado “Corn Belt”, região que compreende estados como Iowa, Illinois e Nebraska. O setor já reagiu com críticas à proposta, apontando risco para milhares de empregos e prejuízos econômicos locais. Por outro lado, a indústria açucareira americana, com forte presença na Flórida, um reduto eleitoral importante para Trump, vê na mudança uma oportunidade de crescimento.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

ECONOMIZE ATÉ 41% OFF

Digital Completo Anual

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 9,90/mês
OFERTA MÊS DO CLIENTE

Revista em Casa + Digital Completo

Veja Negócios impressa todo mês na sua casa, além de todos os benefícios do plano Digital Completo
De: R$ 26,90/mês
A partir de R$ 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês.