China diz que EUA causam turbulência ao acusar país de manipular moeda
Banco do Povo Chinês disse que atitude dos americanos pode prejudicar 'seriamente a ordem financeira global'
O Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) afirmou nesta terça-feira, 6, que “lamenta profundamente” e “se opõe firmemente” à decisão dos Estados Unidos de designar o país asiático como manipulador cambial. Segundo a autoridade financeira, a postura dos EUA pode “prejudicar seriamente a ordem financeira internacional e provocar caos nos mercados financeiros”.
A decisão dos EUA de intensificar as tensões cambiais na segunda-feira também vai “impedir a recuperação econômica e do comércio globais”, afirmou o banco, em resposta oficial em seu site.
Segundo o comunicado, o Banco do Povo China “não usa e não usará a taxa cambial como uma ferramenta para lidar com as disputas comerciais”.
“A China avisou os Estados Unidos para segurarem as rédeas antes do precipício, e para estarem cientes de seus erros, voltando atrás em sua trajetória errada”, completou o banco.
Na segunda-feira, o departamento do Tesouro dos EUA disse que determinou pela primeira vez desde 1994 que a China está manipulando sua moeda, levando a disputa comercial para além das tarifas.
A decisão dos EUA foi provocada puramente por motivos políticos para “descarregar sua raiva”, disse o Global Times, influente tabloide chinês publicado pelo People’s Daily, do Partido Comunista.
Impacto no Brasil.
O novo capítulo da crise econômica derrubou mercados financeiros em todo mundo e, inclusive no Brasil na segunda-feira. Aqui, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira fechou o dia em queda de 2,5%, aos 100.097 pontos e o dólar teve alta de 1,7%, vendido a 3,96 reais. Nesta terça-feira, por volta das 11h10, o Ibovespa operava em alta de 1,48%, aos 101.581 pontos, A alta é puxada pela expectativa do mercado com a votação do segundo turno da reforma da Previdência. O dólar tinha ligeira queda, de 0,04% vendido a 3,95 reais.
(Com Reuters e Estadão Conteúdo)