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Carlos Ghosn renuncia à presidência da Renault antes de ser destituído

Suspeito de sonegação de imposto e abuso de confiança, ele já havia sido afastado de seus cargos à frente da Nissan e Mitsubishi

Por Da redação
Atualizado em 24 jan 2019, 08h54 - Publicado em 24 jan 2019, 08h37

O empresário franco-brasileiro-libanês Carlos Ghosn, preso no Japão há mais de dois meses por irregularidades na Nissan, apresentou nesta quinta-feira, 24, sua renúncia como presidente da Renault, horas antes do conselho do grupo francês se reunir para para destitui-lo e nomear uma nova equipe diretiva.

O anúncio da renúncia de Ghosn, de 64 anos, foi feito pelo ministro da Economia da França, Bruno Le Maire, que participa do Fórum Econômico de Davos. Le Maire confirmou essa renúncia pouco antes da reunião do conselho de administração da empresa em sua sede,para decidir a nova direção da empresa.

O esquema que aparece como o mais provável nos últimos dias é uma presidência não executiva que recairia no até agora “número um” do fabricante de pneus Michelin, Jean-Dominique Senard.

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A direção geral operacional estaria nas mãos, segundo a mesma hipótese, de Thierry Bolloré, que já esteve exercendo essa função em caráter provisório desde a prisão de Ghosn.

O empresário, que presidia a aliança Nissan-Mitsubishi Motors-Renault, é acusado de sonegar 5 bilhões de ienes (170 milhões de reais) em imposto de renda entre 2010 e 2015. Ghosn também é suspeito de sonegação de renda entre 2015 e 2018, de abuso de confiança, assim como de desviar dinheiro de uma conta da Nissan para um amigo saudita.

O primeiro desafio da nova cúpula da Renault será restabelecer a confiança com Nissan, já que a crise gerada pela detenção do brasileiro em Tóquio, no dia 19 de novembro do ano passado, colocou em evidência os atritos entre os parceiros da aliança que constituem junto com a Mitsubishi.

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Os japoneses assumem com dificuldade a atual situação em que a Renault é sua primeira acionista destacada, com 43% do capital, enquanto a Nissan tem unicamente 15% das ações da Renault, e sem direito de voto.

Um mal-estar exacerbado pelo fato de que o principal acionista da Renault seja o Estado francês, que tem 15,01% e 22% dos direitos de voto.

(Com EFE e Reuters)

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