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Câmara aprova volta do voto de qualidade do Carf para alívio de Haddad

Medida era tratada como prioridade pelo Ministério da Fazenda para dar sustentabilidade ao arcabouço fiscal

Por Larissa Quintino Atualizado em 7 jul 2023, 17h19 - Publicado em 7 jul 2023, 17h05

A Câmara dos Deputados aprovou a retomada do voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), tribunal administrativo que julga conflitos tributários entre a Receita e os contribuintes, por votação simbólica.

O voto de qualidade, que desempata julgamentos no Conselho a favor da Receita Federal, havia sido extinto em 2020 pelo Congresso, mas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, decidiu retomar o dispositivo por meio de medida provisória, que caducou. Com a aprovação, a pauta da Câmara está destravada para a votação do Arcabouço Fiscal, porém o novo marco fiscal deve ficar para agosto.

Prioridade no início ‘supersemana’ na Câmara, a matéria perdeu espaço para a reforma tributária, que ganhou empenho direto do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Porém, após a aprovação da PEC sobre o sistema de impostos sobre o consumo, o governo conseguiu reunir um consenso para o tema. “Essa é uma vitória para o país. Agradeço aos líderes, aos deputados, por termos construído esse consenso”, disse o líder do governo, José Guimarães (PT-CE) após a conclusão da votação do texto-base e destaques.

A medida é uma das prioridades na agenda de Haddad, isto porque o texto é uma das frentes que o governo abriu para engordar a arrecadação — e fundamental para a sustentação do novo marco fiscal. Os processos tributários que correm no conselho superam a marca de 1 trilhão de reais, mas demoram a ser julgados. Em 2021, foram julgados cerca de 30 mil casos, com 47,6 bilhões de reais em discussão; no ano passado, apenas 11 mil casos foram apreciados, mas o montante foi de 132,5 bilhões de reais. E os casos não param de subir: saíram de 90,9 mil em 2021 para 92,4 mil em 2022.

O parecer do deputado Beto Pereira (PSDB-MS), no Carf, manteve o voto favorável ao governo quando houver empate nas decisões do tribunal administrativo que julga causas tributárias. Desde 2020, o empate entre os julgadores beneficia o contribuinte, após alteração do Congresso. O parlamentar, no entanto, colocou no texto um acordo entre o governo e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que exclui as multas e juros cobrados dos contribuintes quando o julgamento for favorável ao Fisco pelo voto de qualidade.

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O relator mexeu no texto e manteve o atual limite de alçada em 60 salários mínimos (79,2 mil reais). A proposta inciial do governo era de (1,32 milhão) de reais. Esse é o valor mínimo que define a competência do Carf para julgar um processo administrativo — ou seja, é o valor a partir do qual o contribuinte pode recorrer ao Carf.  “Houve um apelo do setor produtivo, frentes parlamentares e diversas confederações, um questionamento muito grande sobre cercear um direito do contribuinte com limite de alçada de mil salários mínimos. O degrau era muito grande”, disse.

A maior pressão contrária ao projeto está ligada à Frente Parlamentar do Agronegócio, que na véspera se posicionou contra a volta do voto de qualidade e aumentou a desconfiança quanto a aprovação das medidas econômicas. Os  deputados ligados ao agro levaram a Haddad uma proposta para que a execução de garantias de contribuintes derrotados no Carf só ocorra depois do trânsito em julgado (decisão final) de recursos apresentados à Justiça. Isto porque, após perder o julgamento, as empresas costumam procurar o judiciário.

Segundo a OCDE, grupo que reúne as economias mais comprometidas com a modernização dos regimes fiscais, poucos países permitem o envolvimento do setor privado no julgamento administrativos de recursos fiscais. O argumento da OCDE, aliás, é uma das principais armas de Haddad para convencer os deputados a votarem a favor da medida, dizendo se necessária para o ingresso do Brasil no grupo dos países ricos.

Vinculado à Receita Federal, o Carf julga, na esfera administrativa, questionamentos de contribuintes sobre cobranças do Fisco.

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