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Caixa libera R$ 43 bilhões para manter ativo o setor da construção civil

Banco também anuncia a carência de 180 dias para o financiamento de imóveis novos, que beneficiará tanto construtoras como interessados em adquirir moradia

Por Felipe Mendes 9 abr 2020, 12h26

Para preservar 1,2 milhão de empregos e estimular investimentos no setor da construção civil, a Caixa Econômica Federal anunciou na manhã desta quinta-feira, 9, a injeção de 43 bilhões de reais por meio de dez medidas de estímulos. As ações, que beneficiarão 5 milhões de famílias, foram distribuídas em dois grupos: pessoas físicas e empresas. Na visão de Pedro Guimarães, presidente da instituição, a mais importante delas é a carência de 180 dias para o financiamento de imóveis novos – medida que abarca tanto as construtoras como interessados em adquirir uma nova moradia.

Com o anúncio, a Caixa prevê que manterá o mercado imobiliário a todo o vapor. A projeção do banco é que as medidas sejam suficientes para a construção de 530.000 unidades habitacionais, o que irá catapultar o setor ao espaço de salvador do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2020, que será muito impactado em decorrência do novo coronavírus (Covid-19). “Esta medida de 43 bilhões de reais de dinheiro novo é muito importante porque permite com que as empresas continuem trabalhando normalmente, tanto as construtoras pequenas, como as médias e as grandes”, dissera Guimarães. “A medida que nos dá mais orgulho é a de seis meses de carência. Isso nunca aconteceu e reforça a questão de equilíbrio entre o problema da saúde e o da economia.”

Para receber a injeção de liquidez, as incorporadoras firmaram um acordo com a Caixa para não demitir os funcionários. Guimarães disse que, caso a disseminação da enfermidade se acelere no país, a instituição poderá ampliar as linhas de créditos. Ao todo, a Caixa irá destinar 154 bilhões de reais para o suporte das famílias mais impactadas com a pandemia. Isso inclui, por exemplo, o pagamento da renda básica emergencial, apelidada de “coronavoucher”. “Nós não aceitaremos demissão e ao mesmo tempo queremos o maior tipo de proteção aos funcionários das construtoras neste momento. Se houver demissão ou não houver proteção, essa regra não vale”, afirmou.

Outra ação do banco será a pausa de 90 dias no financiamento habitacional para pessoas que estejam com até duas parcelas em atraso, incluindo os contratos em obra. Os clientes que estiverem com mais de 60 dias de atraso, poderão renegociar seus contratos com a empresa, que poderá permitir a pausa ou até o pagamento parcial dessas prestações. Além disso, o banco colocou à disposição a possibilidade de os clientes utilizarem suas contas vinculadas ao FGTS para o pagamento de parte da prestação do financiamento por 90 dias.

Já para as construtoras, as ações para o estímulo à manutenção das obras e proteção dos empregos são a antecipação de até 20% dos recursos do financiamento à produção de empreendimentos para obras a iniciar; antecipação da liberação de recursos correspondentes a até três meses, limitado a 10% do custo financiado, para obras em andamento e sem atraso no cronograma; liberação de recursos de financiamento para empresas que não o optaram nos meses anteriores; permissão para o pagamento parcial da prestação do financiamento por até 90 dias, para clientes adimplentes ou com até dois meses de parcelas atrasadas. Mas, além disso, a pandemia também abriu a possibilidade para a prorrogação do início das obras por até 180 dias ou a reformulação do cronograma de obra.

“Nós estamos trazendo uma tranquilidade para os empregados da construção civil e mantendo esse setor relevante para o PIB brasileiro, dando condições de capital de giro tanto para que as companhias se mantenham como para que as pessoas mantenham suas necessidades básicas, ativas e privilegiadas”, afirmou Jair Luis Mahl, vice-presidente de habitação da Caixa.

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