Brasil tem uma tentativa de fraude a cada 16 segundos, diz Serasa
País encerrou 2017 com 1,964 milhão de tentativas, o maior número desde 2015; segmento mais afetado é o de telefonia
O Brasil encerrou 2017 com 1,964 milhão de tentativas de fraude, uma alta de 8,2% em relação a 2016, segundo pesquisa da Serasa Experian divulgada nesta terça-feira. O número é o maior desde 2015 e representa uma tentativa a cada 16 segundos. De acordo com o estudo, o setor mais afetado é o de telefonia, responsável por 36,5% do total de ocorrências.
A Serasa credita o aumento no índice de tentativas de golpe ao cenário econômico. “Com o mercado de crédito mais aquecido, é possível que os golpistas estejam mais incentivados a aplicar fraudes, já que momentos de maior fluxo de pessoas podem ser considerados como ambiente propício pelos fraudadores”, explica a instituição, em nota.
Ainda assim, em dezembro, quando foram registradas 150.482 tentativas de fraude, os números apresentaram uma queda de 3,8% em relação a novembro, que totalizou 156.469 ocorrências. Da mesma forma, o último mês de 2017 foi 5,5% menor do que 2016, que teve 159.277 tentativas.
Golpes
O setor de telefonia lidera o ranking das fraudes mais frequentes, com 716.869 tentativas. Nesse tipo de golpe, de acordo com o Serasa, os dados dos consumidores podem ser utilizados por criminosos para abertura de contas de celulares ou compra de aparelhos. A partir disso, os golpistas podem usar o telefone para ganhar um comprovante de residência e, assim, abrir contas em bancos para pegar talões de cheque, pedir cartões de crédito e fazer empréstimos bancários em nome de outras pessoas.
O setor de serviços ocupa o segundo lugar na lista de maiores alvos dos golpistas, com 628.249 tentativas de fraude identificadas no ano passado – 32% do total. Em seguida vêm os bancos e financeiras, com 23,6% das ocorrências (462.777 tentativas), e o varejo, com 6,4% de participação (125.254 tentativas). Os demais segmentos, juntos, representaram 1,5% do total.
O indicador de tentativas de fraude da Serasa Experian é calculado a partir da multiplicação da quantidade de CPFs consultados pela probabilidade de fraude estimada pela empresa.
Como evitar
De acordo com a Serasa, perder um documento pessoal dobra a probabilidade de o cidadão ser vítima de um golpe. Por isso, os especialistas recomendam redobrar a atenção durante o Carnaval e, se acontecer de perder algum documento, fazer um Boletim de Ocorrência (B.O.) o mais rápido possível. “O registro ajuda a reduzir o risco e evitar a dor de cabeça de ter dados pessoais utilizados por fraudadores”, explica a instituição.
Para se cuidar ao sair na rua, os especialistas recomendam não levar todos os documentos originais e carregar cópias para mostrar quando elas forem aceitas; guardar os documentos, cartões e cheques no bolso da frente da calça ou em algum lugar escondido dentro da bolsa; não perder de vista os documentos de identificação quando solicitados; não permitir que atendentes de lojas e outros estabelecimentos levem cartões bancários para longe de sua presença; tomar cuidado ao digitar a senha do cartão de débito e crédito na hora de realizar pagamentos, principalmente na presença de desconhecidos; e não informar os números dos documentos quando preencher cupons para participar de sorteios ou promoções de lojas.
No ambiente virtual, recomenda-se não compartilhar dados pessoais nas redes sociais; manter atualizado o antivírus do computador, diminuindo os riscos de ter os dados pessoais roubados; evitar realizar qualquer tipo de transação financeira utilizando computadores conectados em redes públicas de internet; verificar se saiu das contas sempre que usar computadores compartilhados.