Brasil reduz presença em algodão, trigo e arroz, mas compensa com soja
Os números são do relatório de Estimativas de Oferta e Demanda Agrícola Mundial do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
O Brasil está perdendo apetite na balança comercial por algodão, trigo, milho e arroz, mas compensando com altas nas exportações de soja. É o que afirma o relatório de Estimativas de Oferta e Demanda Agrícola Mundial (WASDE) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.
Segundo o órgão, até março, o comércio mundial de trigo deve ser reduzido em 1,2 milhão de toneladas, para 212,7 milhões, com redução de exportação da União Europeia, Argentina e Brasil.
O principal interessado pela commodity é a China, que subiu a demanda interna em 2 milhões de toneladas, para 12 milhões. O número representa o maior apetite do gigante asiático por trigo desde 1995. Os estoques finais projetados para este ano foram reduzidos em 2,1 milhões de toneladas, para 265,1 milhões, o menor número desde 2015.
Os estoques globais de milho estão mais baixos, refletindo principalmente quedas na Ucrânia, União Europeia, México e Sérvia, que são parcialmente compensados por aumentos na Rússia e no Brasil. Os estoques caíram para 295,3 milhões de toneladas, 1,1 milhão a menos em relação ao mês passado.
Já a produção mundial de arroz foi reduzida em 400 mil toneladas, para 509,4 milhões, com expectativa decrescente do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos para Indonésia, Brasil e Iraque.
A expectativa para a produção global de algodão em abril é de 829 mil fardos a mais do que em março. Ao fim do ano, é esperado que os estoques sejam acrescidos de 867 mil fardos, impulsionados pela Índia. O Brasil deve diminuir a exportação aos EUA em 550 mil fardos.
Por outro lado, a soja segue em alta por aqui, apesar da redução na produção global em 5,5 milhões de toneladas, para 369,6 milhões.
Os dois principais incentivadores na queda da produção de soja são Argentina, que diminuiu em 6 milhões de toneladas, para 27 milhões, e o Uruguai, que perdeu 900 mil toneladas, para 1,2 milhão.
Segundo o órgão, apesar do baixo desempenho dos vizinhos, o Brasil compensou parcialmente as perdas, ao aumentar em 1 milhão de toneladas a produção de soja, para 154 milhões este ano.