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Brasil pode retaliar Estados Unidos com medidas não-tarifárias, diz Haddad

Segundo o ministro, diversas opções que não impactam a inflação estão em estudo pelo governo

Por Márcio Juliboni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 jul 2025, 18h02 - Publicado em 10 jul 2025, 17h52

O governo pode recorrer a medidas não-tarifárias para retaliar os Estados Unidos pela decisão de impor uma sobretaxa de 50% aos produtos brasileiros exportados para o país. Em rápida conversa com jornalistas na tarde desta quinta-feira, 10, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que existem “muitas medidas não-tarifárias que podem ser pensadas”. A reação brasileira à medida divulgada ontem pelo presidente americano, Donald Trump, contará com a criação de um comitê de emergência composto por empresários e integrantes do governo. O comitê foi anunciado hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo Haddad, caberá ao grupo analisar a reposta mais adequada à investida trumpista contra as exportações brasileiras. “Há um rol enorme de medidas que estão sendo estudadas e que não têm impacto na inflação”, disse. O cuidado em não provocar uma alta dos preços é compreensível. A eventual imposição de sobretaxas à entrada de produtos americanos no Brasil pode criar pressões inflacionárias, já que insumos e matérias-primas formam uma fatia importante de tudo o que importamos dos americanos e um aumento dos custos pode ser repassado pelos importadores e pelas empresas locais aos consumidores.

No acumulado do primeiro semestre, as importações provenientes dos Estados Unidos somaram 21,7 bilhões de dólares. A cifra representa uma alta de 11% sobre o mesmo período do ano passado. O destaque é a compra de máquinas e motores não-elétricos, que respondem por 16% do total. O segundo item da pauta de importação são os óleos combustíveis, com 10%. Aeronaves, petróleo e produtos manufaturados completam o ranking dos cinco produtos mais importados de lá, com fatias de 5,2%, 5,1% e 4,5% respectivamente.

Ao longo do dia, fontes do governo afirmaram que, entra as opções, estão a quebra de patentes de medicamentos fabricados por laboratórios americanos e medidas que atinjam a propriedade intelectual na área cultural, uma vez que o país é um grande consumidor de produtos culturais americanos como filmes, músicas e livros.

Haddad acrescentou que as medidas em estudo não serão, necessariamente, adotadas pelo governo, que ainda aposta em uma solução negociada com Washington para superar o impasse. “Se houver boa vontade, nós vamos superar esse mal-entendido”, afirmou. “Nós temos que buscar o entendimento e imaginar que alguém com juízo vai aparecer e fazer o que é certo. “

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Mais cedo, em entrevista coletiva, Haddad declarou que não há motivos econômicos para a sobretaxa de 50% e seu objetivo é puramente político, representando uma tentativa de Trump de interferir em assuntos brasileiros, sobretudo o julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal, do ex-presidente Jair Bolsonaro pela tentativa de golpe. O próprio presidente americano listou o caso como uma das razões para sua decisão, na carta enviada a Lula ontem. Para Haddad, a decisão será “um tiro no pé” dos Estados Unidos.

Em paralelo, Lula estuda recorrer à Organização Mundial de Comércio (OMC) contra o que considera uma medida sem fundamento econômico, movida apenas por interesses políticos de Trump e de Bolsonaro. Em carta enviada à Casa Branca, Lula afirmou que o Brasil é um país soberano “que não aceitará ser tutelado por ninguém”.

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