Brasil está conversando com China sobre livre comércio, diz Guedes
Durante encontro dos Brics, ministro defendeu integração mesmo que Brasil deixe de ter superávit nas exportações para os chineses
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira, 13, que o Brasil está em negociação com a China sobre a possibilidade de livre comércio entre os dois países, ao mesmo tempo em que o país continua as negociações para entrar na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
“Menos de 20 anos atrás o PIB de Brasil e China era semelhante. Um país permaneceu fechado, o outro se abriu, agora a China está bem maior, não teve medo de se jogar à cadeia global”, disse Guedes durante seminário dos Brics em Brasília.
Guedes ressaltou que o Brasil quer mais integração com os demais integrantes do Brics, formado por Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul. O Brasil é o anfitrião do encontro dos Brics que acontece em Brasília.
Hoje, a China é o maior importador de itens brasileiros, considerando o valor dos produtos, segundo dados do Ministério da Economia. No ano passado, o saldo comercial entre os dois países foi positivo em 29 bilhões de dólares para o Brasil. Na ocasião, mais de um quarto da exportação brasileira foi direcionada para os chineses. As vendas de soja, petróleo e minério de ferro respondem por 79% do total exportado pelos brasileiros aos chineses.
“Eu não me incomodo se, em uma situação de superávit com a China, nós nos equilibrarmos ali à frente, aumentando as exportações em 50% e as importações dobrando ou mesmo triplicando. O que nós queremos é mais integração ainda”, afirmou.
Acordos
Neste ano, como membro do Mercosul, o Brasil assinou dois grandes tratados de livre comércio que ainda não estão em vigor: com a União Europeia e o EFTA, grupo composto por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein.
O acordo firmado entre Mercosul e UE prevê prevê que 92% das exportações do bloco sul-americano (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) para os 28 países-membros do bloco europeu sejam isentadas de impostos em um período de dez anos. A União Europeia terá retiradas as tarifas sobre 91% dos produtos que exporta para o Mercosul no mesmo período – no caso de produtos considerados ‘sensíveis’ (automóveis de passeio e peças de veículos) esse prazo será de quinze anos. Os dados do acordo foram divulgados pela União Europeia. Para que o acordo entre em vigor, é necessária aprovação no Congresso de todos os países membros do bloco sulamericano e do parlamento da UE.
Já o acordo com o EFTA prevê a liberação de 97% do comércio entre os países membros dos dois blocos. Também é necessária a aprovação dos parlamentos.
(Com Reuters)