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Brasil é vice-campeão mundial de juros reais, após Copom elevar Selic para 13,25%

Brasil perde apenas da Argentina, após Copom elevar a Selic em 1 ponto percentual, na primeira reunião comandada por Gabriel Galípolo

Por Márcio Juliboni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jan 2025, 11h20 - Publicado em 30 jan 2025, 11h14

O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de países com as maiores taxas de juros reais do planeta, após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano, na reunião encerrada ontem 29. O estudo é do economista Jason Vieira, diretor do Money You. Pelos seus cálculos, os juros reais estão agora em 9,18% ao ano, atrás apenas da Argentina com 9,36%.

A taxa real de juros foi calculada pela metodologia ex-ante, isto é, descontando-se a inflação projetada para os próximos doze meses. Segundo o último Boletim Focus do Banco Central, na média, o mercado estima que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) encerre 2025 em 5,50%. Com isso, marcaria uma aceleração em relação ao ano passado, quando acumulou 4,83%, e estouraria novamente o teto da meta de inflação de 4,5%.

A Rússia (8,91%), o México (5,52%) e a Indonésia (5,13%) completam o ranking dos cinco países com os maiores juros reais neste momento, segundo Vieira.

Posição País Juros reais (ex-ante) – em %

1

Argentina 9,36%
2 Brasil 9,18%
3 Rússia 8,91%
4 México 5,52%
5 Indonésia 5,13%
6 Colômbia 5,01%
7 República Checa 3,30%
8 África do Sul 2,95%
9 Filipinas 2,57%
10 Hong Kong 1,99%

Embora prevista no comunicado do Copom de dezembro, quando a instituição elevou os juros de 11,25% para 12,25% e prometeu mais duas altas de 1 ponto, a decisão de ontem dividiu opiniões. As entidades empresariais protestaram contra a decisão, afirmando que os juros em 13,25% inibem os investimentos e dificultam a atividade econômica sem, necessariamente, conter a disparada da inflação.

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Foi o caso da Abrainc, que reúne as incorporadoras imobiliárias. Em nota à imprensa, seu presidente, Luiz França, criticou a decisão e ressaltou que o controle da dívida pública pelo governo Lula seria uma medida mais acertada para conter os juros.

Já analistas do mercado financeiro receberam a decisão com cautela. Mesmo aprovada por unanimidade pelo colegiado de diretores do BC, agora composto por uma maioria indicada por Lula, inclusive Gabriel Galípolo, o novo presidente da instituição, a alta foi vista como o início de um afrouxamento da política monetária. O motivo é que o comunicado restringe a sinalização dos próximos passos a reafirmar que, se as expectativas de inflação não cederem, elevará novamente a Selic em 1 ponto em março.

A falta de clareza sobre o que fará após isso leva os financistas a imaginar que o BC adotará uma postura mais “dovish”, o jargão da Faria Lima para políticas monetárias mais lenientes com a inflação e focadas na expansão da atividade econômica, traduzidas por juros abaixo do ideal para conter os preços. Nesta manhã, por exemplo, em relatório enviado a cliente, a Ágora Investimentos levanta a hipótese de que o fim do ciclo de alta da Selic fique abaixo dos 15% – número que, até então, era dado como certo por quase todo o mercado.

 

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