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Bolsonaro diz que comércio com China pode ser ampliado em seu governo

Ao longo da campanha, Bolsonaro demonstrou considerar que China quer dominar e controlar importantes setores da economia do Brasil

Por Reuters Atualizado em 5 nov 2018, 22h44 - Publicado em 5 nov 2018, 19h54

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse nesta segunda-feira, 5, que o comércio com a China poderá até ser ampliado. Após encontro hoje com o embaixador chinês no Brasil, Li Jinzhang, ele disse que ficou claro que o país asiático não quer deixar de fazer negócios com o Brasil.

“A conversa foi muito boa, protocolar num primeiro momento e depois aprofundamos em algumas coisas. Está na cara que a China não quer deixar de fazer comércio conosco e nem nós para com eles”, disse Bolsonaro em entrevista à TV Band ao comentar o encontro. “Não teremos nenhum problema, muito pelo contrário. Pode ter certeza que o nosso comércio pode ser até ampliado”, afirmou o presidente eleito.

Ao longo da campanha, Bolsonaro demonstrou em diversos momentos considerar que a China quer dominar e controlar importantes setores da economia do Brasil.

Após investimentos bilionários no Brasil nos últimos anos, empresários chineses estão aguardando sinalizações do presidente eleito para definir movimentos de investimentos, disse a Câmara Brasil-China.

“Eu vejo com muita preocupação a possibilidade de o Brasil vender terras agricultáveis [para outros países], porque eles vão matar o nosso agronegócio, seja a China, seja o país que for”, disse Bolsonaro nesta segunda-feira. “Todos os países podem comprar no Brasil, agora comprar o Brasil, não. Aí é outra história”, afirmou.

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Terras indígenas

Bolsonaro voltou a se posicionar de forma contrária à demarcação de terras indígenas, uma de suas bandeiras de campanha, e afirmou que os índios precisam ter o direito de escolher o que fazer com as suas terras, inclusive vendê-las.

“No que depender de mim, não temos mais demarcação de terras indígenas no Brasil. Afinal de contas, temos uma área maior do que a Região Sudeste demarcada”, disse.

“Ele [indígena] quando tem contato com a civilização, ele vai se amoldando àquela nova maneira de viver, que é bem diferente e melhor do que a dele.”

“O índio não pode continuar sendo preso dentro de uma área demarcada como se fosse um animal dentro de um zoológico. O que se pretende fazer? Que o índio tenha liberdade, se quiser vender parte de sua terra, venda, se quiser explorar alguma coisa lá, que explore, e ponto final”, afirmou.

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