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Bolsonaro anuncia salário mínimo de R$ 1.100; auxílio não será renovado

Valor acresce 12 reais em relação ao que tinha sido anunciado; com isso, gasto do governo aumentaria em 4,2 bilhões de reais no ano

Por Diego Gimenes
Atualizado em 30 dez 2020, 21h29 - Publicado em 30 dez 2020, 21h14

O presidente Jair Bolsonaro anunciou no fim de tarde desta quarta-feira, 30, que vai assinar uma MP que eleva o salário mínimo para 1.100 reais em 2021. Com a medida, o novo mínimo será 5,26% maior que o atual (1.045 reais) e mais alto até do que tinha sido anunciado pela equipe econômica na proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviada ao Congresso Nacional no último dia 15 (1.088 reais). O valor é aplicável a todos os trabalhadores do setor público, privado, e também para as aposentadorias e pensões. Estima-se que o salário mínimo sirva como referência para 49 milhões de trabalhadores, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Essa é a terceira projeção do salário mínimo para o ano de 2021. Inicialmente, o Ministério da Economia o orçou em 1.067 reais, mas precisou reajustá-lo para 1.088 reais em função da alta da inflação nos últimos meses. Agora, os 1.100 reais anunciados por Bolsonaro representam um aumento acima da inflação, o que deve implicar em uma nova votação na Câmara dos Deputados no começo do ano. A equipe econômica estima que cada real de aumento do salário mínimo incorra em uma despesa de 351,1 milhões de reais para os cofres do governo, ou seja, o reajuste de 12 reais a mais do que o esperado, revelado pelo presidente, incidiria num gasto adicional de aproximadamente 4 bilhões de reais em 2021.

 

Bolsonaro ainda confirmou, na manhã de hoje, que o auxílio emergencial não será renovado pelo governo. Em viagem a Praia Grande (SP) para passar o réveillon, o presidente provocou aglomeração ao passear pela orla e, sem máscara, apareceu cumprimentando pessoas em vídeos gravados por apoiadores. Perguntado sobre uma possível prorrogação do programa que beneficiou 68 milhões de brasileiros durante a pandemia, Bolsonaro alegou que o endividamento do país chegou ao limite. “Sei que muitos cobram, querem coisa melhor e alguns esquecem até que estamos terminando um ano atípico, onde nós nos endividamos em mais de 700 bilhões de reais para conter a pandemia. Os informais, em grande parte, perderam tudo, a renda foi a zero. Querem que a gente renove, mas a nossa capacidade de endividamento chegou ao limite”, disse. Vale lembrar que o auxílio emergencial custa, por mês, aproximadamente 50 bilhões de reais aos cofres públicos. Na terça-feira, 29, a Caixa Econômica Federal pagou a última parcela do benefício a 3,2 milhões de pessoas, encerrando o calendário de pagamentos.

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