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Bolsa sobe quase 3% com expectativa sobre votação de cessão onerosa

O projeto estabelece regras para o leilão do petróleo excedente do pré-sal, que pode render 100 bilhões de reais

Por Redação
Atualizado em 27 nov 2018, 19h33 - Publicado em 27 nov 2018, 19h16

A bolsa paulista fechou com o Ibovespa em alta de quase 3% nesta terça-feira, 27, favorecido principalmente pelo avanço das ações da Petrobras, com as preferenciais saltando mais de 5% após senadores aventarem a possibilidade de votar o projeto que trata da cessão onerosa ainda nesta semana.

A cessão onerosa foi um acordo fechado em 2010 entre o governo e a petroleira, que permitiu à estatal explorar, sem licitação, 5 bilhões de barris de petróleo em campos do pré-sal na Bacia de Santos. O projeto cuja votação está prevista para esta terça  no Senado estabelece regras para o leilão do petróleo excedente do pré-sal. Pelo texto, não há repartição desses recursos com estados e municípios.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 2,74%, aos 87.891,18 pontos.

O principal destaque do período da tarde foi a sinalização de que estaria próximo de ser fechado um acordo que viabilize a votação no Senado do projeto que revê as regras da cessão onerosa dos excedentes da Petrobras. De acordo com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), faltava pouco para um entendimento sobre a questão e, uma vez fechado o acordo, ele faria um apelo aos parlamentares para retirada de emendas, a fim de agilizar a votação do projeto.

“É um assunto que vem tendo muito vaivém e a sinalização de um acordo favorece não apenas as ações da Petrobras. O mercado já vinha repercutindo a indicação de bons nomes para compor o governo e agora essa equipe começa a partir para a execução. É uma sinalização muito boa para o mercado”, disse Rafael Bevilacqua, estrategista da Levante Ideias de Investimento.

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As ordens de compra foram comandadas por duas grandes instituições estrangeiras, ação que foi interpretada de maneiras diferentes pelos operadores nas mesas de negociação. Com as sucessivas retiradas de recursos da bolsa por parte de investidores estrangeiros, uma das explicações poderia estar no ajuste de carteiras de grandes fundos, e não necessariamente ingresso de dinheiro novo. “Com a proximidade do ajuste semestral da nova carteira do MSCI Brasil (no dia 30), pode também já estar havendo alguma movimentação da parte de instituições específicas”, disse um operador.

Houve também quem apostasse no restabelecimento do fluxo estrangeiro na bolsa. Justifica essa tese a redução da posição vendida dos estrangeiros no Ibovespa futuro, que não passou despercebida nas mesas de operações. Em um único dia, houve queda de 17.440 contratos, que agora somam 106.585.

Na última sexta-feira 23, no entanto, houve saída líquida de 487,399 milhões de reais da B3, o que leva o saldo acumulado em novembro para 4,079 bilhões de reais negativos. Em 2018, o saldo de capital estrangeiro na B3 está negativo em 9,989 bilhões de reais, apontando para ser a maior saída de estrangeiros da bolsa brasileira dos últimos dez anos.

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Para Ernani Teixeira, analista da Toro Investimentos, a melhora do Ibovespa reflete essencialmente a expectativa positiva com o cenário doméstico, dado o descolamento recente dos mercados internacionais. Ele chama a atenção para a expectativa de que o próximo governo acelere a agenda de privatizações.

“O mercado internacional ainda inspira cautela em relação à tensão entre Estados Unidos e China, mas o mercado brasileiro é beneficiado pelas sinalizações positivas do governo eleito. A possibilidade de privatizações agrada muito ao investidor, que vê menor influência do governo nas empresas e maior chance de ganhos dos papéis”, disse.

(Com Estadão Conteúdo e Reuters)

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