Bolsa dispara e dólar desaba após Trump reduzir as tarifas recíprocas aos países
Mercados invertem tendência após anúncio de Trump; decisão só vale para países que não retaliaram

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na tarde desta quarta-feira, que vai interromper a aplicação das tarifas recíprocas a diversos países, levando o mercado a inverter completamente a direção registrada até o começo da tarde.
Perto das 16h, o Ibovespa tinha alta de 2,8%, aos 127,4 mil pontos. Já o dólar operava em firme queda de 2,9%, aos 5,84 reais — saindo do nível dos 6 reais atingido no começo do dia. Na mesma direção estão os índices americanos, que têm intenso avanço nesta tarde. O S&P 500 dispara 7,9%, enquanto o Nasdaq avança 10%; o Dow Jones sobe 6,7%.
O movimento é um grande reajuste que os investidores fazem agora em relação ao alto nível de pessimismo incorporado aos preços dos ativos desde que Trump anunciou — e aplicou — as tarifas recíprocas. Naquele momento, prevendo uma piora nas condições econômicas no Estados Unidos e no mundo, com receios até de recessão, os investidores vinham buscando proteção em ativos considerados mais seguros ao redor do mundo, com saída em massa de mercados e ativos considerados mais arriscados, caso dos emergentes. Com a nova notícia, investidores abrem uma margem para melhora dos índices de ações e moedas.
Trump anunciou hoje que irá elevar para 125% tarifas sobre produtos da China, respondendo à represália de Pequim às medidas protecionistas americanas. Ao mesmo tempo, o republicano disse que irá aplicar uma pausa de 90 dias em novas tarifas na guerra comercial, com exceção da China, e os impostos serão reduzidos a 10% para todos. O objetivo é fazer com que Pequim sente-se à mesa de negociações.
“Com base na falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais, estou, por meio desta, aumentando a tarifa cobrada da China pelos Estados Unidos da América para 125%, com efeito imediato. Em algum momento, esperançosamente em um futuro próximo, a China perceberá que os dias de exploração dos Estados Unidos e de outros países não são mais sustentáveis ou aceitáveis”, escreveu o presidente em rede social.
Mais cedo, o Ministério das Finanças da China anunciou que tarifas adicionais de 84% sobre produtos importados dos Estados Unidos entram em vigor na próxima quinta-feira. A decisão segue a implementação de tarifas americanas similares sobre produtos chineses. Nesta quarta-feira, já havia entrado em vigor tarifas de 104% dos EUA sobre Pequim, como anunciado na véspera.