Bolsa abre semana em compasso de cautela antes de bateria de dados dos EUA
Atenção dos investidores está voltada para os próximos dias que serão carregados de divulgações de indicadores decisivos
A semana começa com um pregão mais lento e investidores cautelosos. Às 10h54, o Ibovespa operava aos 154.999 pontos, em alta de 0,15%, um avanço de 229 pontos que traduz um mercado mais contido, mas ainda no campo positivo, apesar de ter aberto com tendência de queda. Também perto das 11h, o dólar era negociado a 5,40 reais, praticamente estável, com alta de 0,04%.
Para Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, o tom da manhã desta segunda-feira, 24, já era esperado diante do feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, que reduz a liquidez global e empurra os mercados para uma postura de espera. “Os mercados começam a semana tranquilos, dentro do possível. A liquidez tende a cair por conta do feriado, mas teremos dados importantes ao longo dos próximos dias, como PIB e PCE”, afirma.
Segundo Moliterno, o PCE , que é a métrica de inflação preferida do Federal Reserve, o banco central americano, deve definir a temperatura das apostas para um eventual corte de juros já em dezembro. “O mercado vai acompanhar isso de perto”, diz.
No Brasil, ele ressalta que a redução recente das tarifas de importação, é positiva, mas insuficiente para mudar o humor dos investidores. “O mercado ainda abre em cautela. Seguimos muito próximos dos topos, com juros elevados e um noticiário fiscal que continua pairando sobre o mercado”, diz. Há também sinais de realização de lucros e uma expectativa de volume mais baixo ao longo do dia.
Agenda pesada nos EUA
Segundo o relatório divulgado pela ONE Investimentos, também destaca que os próximos dias serão carregados de indicadores decisivos para a política monetária americana. Na terça-feira saem Vendas no Varejo, Confiança do Consumidor e o PPI (inflação ao produtor), todos referentes a setembro por causa do shutdown, mas ainda críticos para o FOMC, o comitê de política monetária. O apagão de dados foi o mais longo da história dos Estados Unidos, com duração de 42 dias.
Na quarta-feira, o foco se divide entre Pedidos Contínuos de Seguro-Desemprego, o PIB do terceiro trimestre e o PCE. O dado de inflação deve mostrar se a desaceleração recente vista no CPI foi pontual ou se o Fed terá de manter a postura mais dura.
Membros do FOMC vêm manifestando preocupação com a lentidão da desinflação, especialmente nos serviços. A expectativa é de uma semana volátil, com mercados reagindo de forma imediata a cada número.
Brasil tem IPCA-15 no radar
O Boletim Focus desta segunda-feira trouxe uma nova revisão para baixo na projeção de inflação para 2025, além de mostrar uma aposta em um maior corte de juros no ano que vem. Mas a agenda começa forte na terça-feira com Transações Correntes e Investimento Estrangeiro Direto, que voltaram ao centro das atenções por se aproximarem dos níveis críticos de 2016. Na quarta, o IPCA-15 deve manter o ciclo de bons resultados inflacionários. E, na sexta-feira, os dados fiscais devem reforçar a pressão sobre a Dívida Bruta/PIB, enquanto o mercado já trabalha com a hipótese de que ajustes estruturais ficarão para depois.
Ainda assim, a análise da ONE Investimentos é que o momento do Ibovespa segue mais construtivo do que o dos mercados globais. As incertezas com as big techs pesam na bolsa americana e contaminam a Ásia , o que pode favorecer uma descorrelação positiva do Brasil no curto prazo.
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