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BNDES descarta irregularidades em empréstimos para a JBS

O executivo disse que o banco tem mecanismos de monitoramento, mas não pode ser 'babá de empresário'

Por Da redação
Atualizado em 9 out 2017, 18h47 - Publicado em 9 out 2017, 17h34

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, negou nesta segunda-feira que tenha havido irregularidades nos empréstimos concedidos pela instituição ao grupo JBS.

O executivo disse que o banco tem mecanismos de monitoramento, mas não pode ser “babá de empresário”. “Aqui com certeza não houve irregularidades; mas o tomador tem que ter responsabilidade de usar condizente os recursos”, afirmou Rabello de Castro.

As afirmações acontecem após reportagens levantarem a suspeita de que a JBS usou parte dos recursos tomados com o BNDES para fins distintos do previsto.

“Acho que esse dinheiro foi usado efetivamente no negócio, mas à medida que os recursos eram investidos iam caindo como um caminhão deixando grãos de soja pelo caminho. Não é o BNDES que vai correr atrás do caminhão”, adicionou.

O BNDES emprestou mais de 8 bilhões de reais ao grupo para a compra de empresas entre 2007 e 2011, e há suspeitas de que parte desse dinheiro foi desviada, o que pode ter dado um prejuízo ao banco de mais de 1 bilhão de reais. Após a Operação Bullish, da Polícia Federal, apontar supostos favorecimentos no repasse de recursos à JBS, o banco montou uma comissão interna sobre o assunto, mas não encontrou desvios cometidos por funcionários.

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Financiamento externo

O banco vem sendo cobrado pela União a devolver gradualmente os mais de 500 bilhões de reais emprestados nos últimos anos. Em setembro, o BNDES devolveu 33 bilhões de reais e outros 17 bilhões de reais serão devolvidos até o fim do ano.

Para diversificar as fontes de recursos, o banco pretende repensar o uso do Fundo de Amparo do Trabalhador (FAT), disse Rabello de Castro, adiantando que vai sugerir ao Codefat mudanças na forma de repasse de recursos ao banco. Até 2007, a fonte principal era o FAT, seguida por empréstimos internacionais de órgãos multilaterais e captações domésticas.

“Vamos voltar o FAT como nossa principal fonte, talvez com sistema de remuneração diferente atualizado”, disse o executivo.

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Mas o BNDES deve voltar a buscar captações de recursos de organismos multilaterais como KFW, o banco dos Brics, o China Development Bank e Agência Francesa de Desenvolvimento.

Em novembro, Rabello de Castro visitará agências de rating nos EUA para tentar obter uma classificação melhor do que a do soberano para o banco.

“Nosso rating é pelo menos 3 pontos porcentuais acima do rating soberano, para ser discreto”, disse.

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Sobre sua filiação ao PSC, Rabello de Castro não descartou uma candidatura presidencial em 2018, mas disse que uma decisão ainda não foi tomada.

(Com Reuters)

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