Bilionários ficaram US$ 2 trilhões mais ricos no ano passado
Estudo da Oxfam, apresentado no primeiro dia do Fórum Econômico Mundial em Davos, aponta um ritmo ainda mais rápido de multiplicação da riqueza

Em 2024, os bilionários aumentaram sua riqueza de forma ainda mais rápida, enquanto os mais ficaram ricos ainda mais rápido no ano de 2024. Segundo um estudo da Oxfam, ONG que luta contra a desigualdade social e pobreza, apresentado no primeiro dia do Fórum Econômico Mundial, a fortuna desse grupo aumentou US$ 2 trilhões no ano passado, cerca de R$ 34 trilhões.
“Este é o segundo maior aumento anual na riqueza bilionária desde que os registros começaram. A riqueza dos dez homens mais ricos do mundo cresceu em média quase US$ 100 milhões por dia. Mesmo que perdessem 99% de sua riqueza da noite para o dia, eles continuariam bilionários”, cita o estudo.
De acordo com o estudo, 204 novos bilionários foram criados em 2024, quase quatro por semana. No estudo, a Ong afirma que 60% da riqueza dos bilionários agora vem de heranças, monopólios ou conexões com poderosos. A Oxfam afirma que “a riqueza extrema dos bilionários é, em grande parte, imerecida”.
O levantamento também mostra que o 1% mais rico do Norte Global extraiu US$ 30 milhões por hora do Sul Global. Por conta disso, a Oxfam pede aos governos que taxem os mais ricos para reduzir a desigualdade, acabar com a riqueza extrema e desmontar a nova aristocracia. “Os poderosos frutos do colonialismo devem enfrentar os
danos gerados com reparações”, afirma o relatório.
Impostos
Diante do cenário, a ONG sugere que o mundo deveria criar um imposto para os super-ricos, uma das propostas levantadas pelo governo brasileiro durante a presidência do G20, o grupo das 20 maiores economias do mundo. “A política tributária global deve se enquadrar em uma nova convenção tributária da ONU, garantindo que as pessoas e corporações mais ricas paguem sua cota justa”, propõe o estudo. “Os paraísos fiscais devem ser abolidos”.