BC publica alerta sobre terrorismo no Irã, o novo membro do Brics
País que teve apoio de Lula para compor grupo de emergentes está sob vigilância do sistema financeiro mundial
O Departamento de Supervisão de Conduta da Área de Fiscalização do Banco Central emitiu comunicado com um alerta do Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (Gafi) advertindo todo o sistema bancário do Brasil para operações financeiras internacionais envolvendo o Irã.
A política externa do Irã inclui o apoio a grupos terroristas como o Hamas, o Hezbollah e o Outhi , do Iêmen. Por isso, autoridades em lavagem de dinheiro de todo o planeta, reunidas no Gafi, têm advertido sobre os riscos envolvendo o país do Oriente Médio desde 2016, quando Teerã se comprometeu a sanar deficiências estratégicas em seu sistema financeiro.
Em 2019, por exemplo, o Gafi defendeu que fossem introduzidos mecanismos reforçados de comunicações relevantes para transações financeiras e ainda procedimentos reforçados de auditoria externa para grupos financeiros em relação a quaisquer de suas sucursais e subsidiárias localizadas no Irã.
“Até que o Irã implemente as medidas do seu plano de ação requeridas para sanar as deficiências identificadas relativas ao combate do financiamento do terrorismo, o Gafi seguirá preocupado com o risco de financiamento do terrorismo que emana do Irã e ameaça que ele representa para o sistema financeiro internacional”, diz a nota do Gafi, distribuída pelo Coaf.
Além do Irã, outros 21 países são alvo de acompanhamento na área de lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo. Quando o Gafi coloca uma jurisdição sob monitoramento, significa que o país se comprometeu a solucionar rapidamente as deficiências. Muitos desses países apresentaram progressos. Entre os que apresentam deficiências estratégicas no combate à lavagem e ao terrorismo estão Mianmar, Síria, Turquia, Nigéria e Quênia.
O Irã ingressou no Brics com o apoio do presidente Lula. O grupo era formado inicialmente pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Recentemente, recebeu a adesão do Irã, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos e Etiópia. A Argentina também foi convidada para compor o bloco, mas o presidente eleito, Javier Milei, recusou o convite.