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BC cumpre o ‘combinado’, e nova alta da Selic em maio deve ter magnitude menor

Autoridade anunciou que, se confirmado cenário esperado, prevê ‘um ajuste de menor magnitude na próxima reunião’

Por Juliana Machado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Camila Pati Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 mar 2025, 20h46 - Publicado em 19 mar 2025, 20h08

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de subir a Selic em 1 ponto percentual pela quinta vez seguida, levando a taxa básica de juros a 14,25% ao ano, era amplamente esperada pelos economistas, agentes de mercado e analistas. Agora, todos os olhos se voltam para os indicativos para a próxima reunião, em maio, em que a Selic deve ser novamente elevada – porém, em nível menor.

No comunicado, o Comitê afirma que “antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião” – o que deve levar os investidores a especular, agora, a probabilidade de uma alta de 0,50 ponto percentual na reunião de maio.

O Comitê também voltou a falar que, para além da reunião seguinte, a magnitude do ciclo de aperto monetário “será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”, a depender de diversos fatores, como as projeções de inflação, as expectativas de inflação, o hiato do produto e o balanço de riscos.

“O Copom foi mais hawkish (inclinado à alta de juros, no jargão do mercado) do que a minha expectativa de dependência de dados”, afirma Natalie Victal, economista-chefe da SulAmérica Investimentos. “Ele também fortalece visões de 0,50 e 0,75 ponto percentual para maio. Quanto à Selic terminal, não deveria incentivar maiores mudanças.” 

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“O comunicado manteve o tom mais duro e o viés altista na análise dos riscos para inflação”, diz Rafaela Vitoria, economista-chefe do Inter. O banco mantém a expectativa de uma alta de 0,50 ponto percentual para 14,75%, encerrando o ciclo de aperto. Igor Rocha, economista chefe da Fiesp, o Copom  também nota que o comitê deu ênfase a uma persistente assimetria de alta no balanço de riscos para os cenários de inflação, avaliando que o cenário “exige uma política monetária mais contracionista. “No entanto, cabe pontuar a mudança na magnitude do aumento na próxima reunião”, diz ele. “Não sabemos ainda essa magnitude.”

Para Patrícia Krause, economista chefe Latin America da Coface, a indicação de um ajuste menor na próxima reunião é o principal ponto. Além disso, ela destaca que o comunicado aponta a incerteza gerada pela política comercial dos EUA e, no cenário doméstico, traz um tom ligeiramente menos pressionado para a inflação. “Era algo que não tinha no texto anterior”, diz.  Ela também notou a projeção do Copom para o terceiro trimestre de 2026, que caiu de 4% para 3,9%, e a mudança na forma como o Banco Central menciona as projeções de inflação, agora destacando níveis elevados em vez de apenas elevação. “No texto anterior, o Copom falava de elevação das projeções de inflação”, diz.

Luis Cezario, economista-chefe da Asset 1, diz que a comunicação do Copom, na sua avaliação, foi ponderada. Segundo ele, o Copom  adota cautela devido à desaceleração econômica, mas a inflação alta exige que deixe claro que o aperto monetário não terminou. A incerteza sobre as políticas de Trump reforça a necessidade de prudência do Banco Central. “A grande pergunta a ser respondida nos próximos meses é como o Banco Central reagirá caso a atividade econômica continue enfraquecendo”, diz. Ele acredita que  a composição atual do comitê é mais sensível à piora da atividade e buscará encerrar o ciclo de alta de juros assim que possível.

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Claudio Pires, sócio diretor da MAG Investimentos, destaca que a projeção do Banco Central para a inflação (IPCA) em 3,9% ficou acima da mediana do mercado (3,8%), “denotando que o BC acredita que será mais desafiador do que o mercado acredita para alcançar a meta”, diz. Diante disso,  reduziu sua projeção para a Selic terminal,  de 15,50% para 15%, com um aumento de 0,50 ponto percentual em maio e outro de 0,25 ponto em junho para encerrar o ciclo de alta.

 

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