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Bancos puxam bolsa para baixo mesmo com otimismo no ajuste fiscal

Após forte alta nos papéis das instituições, dia é marcado por realização de lucros; Dólar fica no zero a zero, na casa dos R$ 5,36

Por Luisa Purchio Atualizado em 2 set 2020, 12h57 - Publicado em 2 set 2020, 12h43

O Ibovespa principal índice acionário da bolsa brasileira, reverteu a tendência de alta e oscilava no negativo no início da tarde desta quarta-feira, 2. A bolsa brasileira caía 0,82%, a 101.331 pontos às 12h40. Essa mudança de direção aconteceu principalmente devido à queda acima de 1% nos ativos dos bancos, que possuem peso significativo na bolsa brasileira.

“Eles estavam em recuperação forte na última semana e geralmente depois há uma reversão da tendência, com realização de lucros desses bancos”, diz Thomás Gilbertoni, especialista de investimentos da Portofino. Sobre os papéis também pesam o acirramento da concorrência das fintechs e novas legislações que impactam no lucro das companhias.

Como contrapeso dessa queda está o otimismo gerado pelo noticiário político, com a aceleração do encaminhamento da proposta administrativa e a sinalização pelo governo Bolsonaro que o auxílio emergencial no valor de 300 reais será prorrogado até o final do ano. O respaldo da base governista no Congresso ao ministro da Economia, Paulo Guedes, gerou altas na bolsa na terça e na manhã desta quarta, porém, a realização dos bancos acaba impactando negativamente o índice mesmo com bons ventos na cena política. O equilíbrio das contas públicas é fundamental para atrair investimentos internacionais porque o Brasil é um país emergente e, por isso, mais arriscado aos investidores.

Aprovada na terça-feira pela Câmara, a Lei do Gás, que principalmente pulveriza a oferta do produto no país, impacta pouco nas bolsas. Positiva para a economia brasileira como um todo, uma vez que o aumento da concorrência pode levar a uma queda do preço do gás ao consumidor, a legislação não impacta na economia a curto prazo. A Petrobras, por exemplo, deveria ser o principal ativo impactado pela lei, mas os papéis estão no zero a zero, em -0,087%. Isso ocorre porque a empresa é impactada principalmente pelo preço do petróleo, que nesta quarta está estabilizado, oscilando próximo a 45 dólares o barril.

No noticiário internacional, os saldos das bolsas de NY eram positivos por volta das 11h30 no horário de Brasília: o Dow Jones operava em alta de 0,9%, a 28.902,55 pontos, e o S&P 500 subia 0,55%, a 3.545,88 pontos. O início do dia foi positivo nos Estados Unidos e na Europa, cujo índice Euro Stoxx 50 subia 1,85%, para 3.338,31 pontos no horário, por causa dos resultados positivos do PMI nos EUA, na Europa e na China. A divulgação dos dados do emprego nos Estados Unidos derrubou levemente as bolsas internacionais, mas a tendência de alta foi mantiva. A expectativa dos economistas era que 1 milhão de empregos seriam criados, mas o Relatório de Emprego ADP anunciou a criação de apenas 428 mil vagas em agosto. Outro dado que impactou positivamente o mercado americano foram as ordens de bens duráveis: crescimento de 11,4%, acima da expectativa de 11,2%.

Moedas

Essa quarta-feira é de recuperação para o dólar em âmbito internacional. O DXY, índice que mede a força da moeda americana em relação a uma cesta de moedas, principalmente o euro, subia 0,48% no final da manhã. “Os dados de bens duráveis mostram que a economia americana está forte, e isso atrai investimentos para o país”, diz Gilbertoni, da Portofino. Apesar disso, no Brasil o dólar comercial se mantinha praticamente no zero a zero em relação ao real: leve baixa de 0,05%, 5,3672 reais ao meio-dia.

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