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Banco central dos EUA mantém taxa de juros inalterada em 1ª reunião do ano

Fed manteve a faixa entre 4,25% e 4,5% ao ano. Decisão era amplamente esperada por 99,5% dos investidores

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 jan 2025, 16h11 - Publicado em 29 jan 2025, 16h03

O Federal Reserve (banco central americano, Fed) optou, como esperado, por manter a taxa de juros inalterada na sua primeira reunião de 2025, sustentando a faixa entre 4,25% e 4,5% ao ano. Essa decisão era antecipada por 99,5% dos investidores, conforme indicava a ferramenta FedWatch da CME Group. A manutenção foi apoiada por todos os membros do comitê (Fomc).

Embora a manutenção dos juros tenha sido previsível, o contexto que se desenha é significativamente mais incerto com a recente posse de Donald Trump para seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos. Trump, que já criticou o Fed por manter os juros elevados, pressionou por uma redução mais agressiva das taxas de juros. “Vou exigir que as taxas de juros caiam imediatamente. E, da mesma forma, elas deveriam estar caindo em todo o mundo”, declarou ele no Fórum Econômico Mundial, em Davos.

O Fed, no enanto, deu sinais de que pode aumentar os juros.  “O Comitê estaria preparado para ajustar a postura da política monetária conforme apropriado se surgirem riscos que possam impedir a obtenção das metas do Comitê”, diz o comunicado do banco. Na última reunião, a autoridade monetária sinalizou que haveria espaço para mais dois cortes neste ano, mas as políticas e declarações de Trump já ameaçam esse afrouxamento.

O presidente republicano já deixou claro seu desejo de intensificar a guerra comercial. Essas medidas provavelmente aumentarão os custos de insumos importados, pressionando os preços domésticos. Esse cenário poderá forçar o Fed a reconsiderar sua estratégia de afrouxamento monetário, já que a política de Trump pode criar novas pressões inflacionárias que contrariam o objetivo de estabilizar a economia.

Em 2024, a inflação americana encerrou o ano em 2,9%, acima da meta oficial de 2%. Apesar de uma desaceleração em relação aos picos observados no pós-pandemia, a queda dos preços ocorre em ritmo mais lento do que o esperado. Esse cenário é agravado pela robustez do mercado de trabalho, que segue aquecido, com uma taxa de desemprego de 4,1%. “Indicadores recentes sugerem que a atividade econômica continuou a se expandir em um ritmo sólido. A taxa de desemprego se estabilizou em um nível baixo nos últimos meses, e as condições do mercado de trabalho permanecem sólidas. A inflação continua um tanto elevada”, diz o Fed.

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A reunião desta semana marca a primeira oportunidade de ver como o Fed vai lidar  com a pressão política direta vinda da Casa Branca. As atenções estarão voltadas para a coletiva de imprensa do presidente do Fed, Jerome Powell, que ocorrerá às 15h30, na qual ele poderá esclarecer o rumo que o banco pretende seguir em 2025.

Investidores, portanto, estarão atentos não apenas às palavras de Powell, mas às próximas ações de Trump no cenário global. Se as tarifas forem ampliadas e as tensões comerciais aumentarem, o Fed poderá ser forçado a adotar uma postura mais agressiva no controle da inflação, contrariando a narrativa política do governo.

 

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