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Banco Central da Argentina autoriza varejistas a receber em dólar

Medida, que entrou em vigor na última sexta-feira, 28 de fevereiro, é mais um passo do presidente argentino, Javier Milei, para dolarizar a economia

Por Márcio Juliboni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 5 mar 2025, 15h05

O Banco Central da Argentina autorizou os comerciantes a receber em dólar. A medida entrou em vigor na última sexta-feira, 28 de fevereiro, mas, devido ao feriado de Carnaval – sim, os hermanos também festejam a data -, na prática, esta quarta-feira 05 é o primeiro dia útil em que os argentinos poderão testar a novidade. Para tanto, o BC determinou que as adquirentes (as operadoras de maquininhas) passem a oferecer a opção de pagamento em dólar ou peso.

Segundo a imprensa argentina, apesar da autorização, a adoção do sistema bimonetário será gradual. Primeiro, porque a adesão dos lojistas é voluntária. Segundo, alguns adquirentes ainda não concluíram as mudanças necessárias para permitir que seus clientes recebam e paguem em moeda americana. O jornal La Nación afirma que o Mercado Pago, braço financeiro do Mercado Livre, está entre as companhias que ainda não se adaptaram e apresentaram algumas sugestões ao BC para melhorar o sistema.

Além disso, tanto os lojistas, quanto os clientes precisam ter uma conta em dólares – os primeiros, cadastrada nos adquirentes para receber; os segundos, vinculada ao cartão de débito com que efetuará o pagamento. Essa exigência não representa, em si, um obstáculo, já que a violenta perda de valor do peso argentino, nos últimos anos, incentivou a população a adotar o dólar. De acordo com o La Nación, há 19,1 milhões de contas bancárias dolarizadas no país.

Outro facilitador é que alguns setores da economia argentina são fortemente dolarizados, como o mercado imobiliário, o turismo, o de bens duráveis e o de artigos de luxo. Já os supermercados e o varejo de alimentos, onde o dólar não tem tanta penetração, começam a se adaptar.

A imprensa local destaca que os pagamentos em dólares só ganharão impulso, quando os lojistas e as adquirentes encontrarem um modo de dividir o valor da compra em várias prestações. A aposta é que as grandes redes de varejo larguem na frente nessa questão, já que, ao contrário do financiamento bancário, nas compras parceladas com cartão de débito, é o lojista quem assume o risco de inadimplência do cliente. Assim, apenas as companhias bem capitalizadas conseguirão arcar com os eventuais calotes de compras em dólares.

A permissão de transações em dólar no comércio foi anunciada pelo BC argentino em meados de janeiro, e foi apontada como um passo decisivo para o presidente Javier Milei cumprir sua promessa de campanha de dolarizar a economia para combater a hiperinflação que castigava o país. A proposta é criticada pela oposição, que afirma que a escassez de moeda americana prejudicará o país, caso a populações abandone de vez o peso.

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