Banco Central admite que a meta de inflação deve ser descumprida em 2024
O Relatório Trimestral de Inflação (RTI) da autarquia estima que a inflação atingirá seu pico no terceiro trimestre de 2025, a 5,1%

No cenário externo, o Banco Central destaca a resiliência da atividade econômica global, mesmo diante da elevação de juros em várias economias. Ainda assim, observa uma continuidade gradual no processo de desinflação.
Para vários países emergentes, a expectativa é de alta nas projeções de inflação em 2025, cenário impulsionado sobretudo pela depreciação das moedas desses países. Nos países desenvolvidos, o processo de desinflação tende a ser menos sincronizado que nos anos anteriores, o que pode resultar em uma redução de juros menos coordenada do que no ciclo de alta.
Nos Estados Unidos, a atividade econômica segue sólida, mas com expectativa de desaceleração gradual. Por lá, a vitória de Donald Trump gerou incertezas sobre o futuro da política econômica, com promessas de implementar tarifas internacionais e adotar uma postura mais protecionista. Segundo o Banco Central, esse cenário tem levado a um comportamento mais cauteloso do mercado, impactando os preços e impulsionando a valorização do dólar.
Meta contínua
2024 é o último ano em que a meta de inflação será baseada no acumulado de 12 meses até dezembro. A partir de janeiro de 2025, entra em vigor a nova meta contínua, que prevê que haverá descumprimento se a inflação em dose meses ficar fora do intervalo permitido por mais de 6 meses.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que a meta para a inflação de 2025 é 3,00%, mesmo valor vigente para 2024. O intervalo de tolerância também permaneceu: mais ou menos 1,50 ponto percentual em relação à meta, isto é, de 1,50% a 4,50%.