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Banco Central admite que a meta de inflação deve ser descumprida em 2024

O Relatório Trimestral de Inflação (RTI) da autarquia estima que a inflação atingirá seu pico no terceiro trimestre de 2025, a 5,1%

Por Camila Barros Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 19 dez 2024, 11h27

O Banco Central estima que o IPCA terminará 2024 em alta de 4,9%, e aumentou para 100% a probabilidade de a inflação superar o teto da meta este ano. É o que mostra o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado pela autarquia na manhã desta quinta-feira, 19. Na projeção anterior, publicada em setembro, a chance de estouro da meta era de 36% este ano.

Considerando as projeções para a Selic e o dólar nos próximos anos, o BC estima que a inflação atingirá seu pico no terceiro trimestre de 2025, a 5,1%, e recuará para 4,5% no final do ano. Para o fim de 2026, a instituição projeta a inflação a 3,6%.

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Para 2025, a probabilidade de descumprimento da meta aumentou de 28% para 50%, e, em 2026, de 19% para 26%.

PIB

Com a surpresa positiva no crescimento do terceiro trimestre, o Banco Central aumentou a projeção do PIB de 2024 para 3,5%, ante 3,2% no relatório anterior. Para 2025, a estimativa foi ajustada de 2% para 2,1% — refletindo uma desaceleração em relação ao ano anterior, devido à expectativa de um aperto monetário mais intenso.

Segundo o BC, a estimativa de crescimento econômico para 2024 reflete sobretudo a alta na projeção para o setor de serviços (+3,8%), parcialmente compensada por reduções nas estimativas para a agropecuária (-2%) e a indústria (+3,3%).

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    No exterior

    No cenário externo, o Banco Central destaca a resiliência da atividade econômica global, mesmo diante da elevação de juros em várias economias. Ainda assim, observa uma continuidade gradual no processo de desinflação.

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    Para vários países emergentes, a expectativa é de alta nas projeções de inflação em 2025, cenário impulsionado sobretudo pela depreciação das moedas desses países. Nos países desenvolvidos, o processo de desinflação tende a ser menos sincronizado que nos anos anteriores, o que pode resultar em uma redução de juros menos coordenada do que no ciclo de alta.

    Nos Estados Unidos, a atividade econômica segue sólida, mas com expectativa de desaceleração gradual. Por lá, a vitória de Donald Trump gerou incertezas sobre o futuro da política econômica, com promessas de implementar tarifas internacionais e adotar uma postura mais protecionista. Segundo o Banco Central, esse cenário tem levado a um comportamento mais cauteloso do mercado, impactando os preços e impulsionando a valorização do dólar.

    Meta contínua

    2024 é o último ano em que a meta de inflação será baseada no acumulado de 12 meses até dezembro. A partir de janeiro de 2025, entra em vigor a nova meta contínua, que prevê que haverá descumprimento se a inflação em dose meses ficar fora do intervalo permitido por mais de 6 meses.

    O Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que a meta para a inflação de 2025 é 3,00%, mesmo valor vigente para 2024. O intervalo de tolerância também permaneceu: mais ou menos 1,50 ponto percentual em relação à meta, isto é, de 1,50% a 4,50%.

     

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