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Azul retira oferta por ativos da Avianca Brasil

Presidente da companhia acusa Gol e Latam de tentar evitar a concorrência na ponte aérea; empresas negam e dizem que acordo potencializa disputa

Por da Redação
Atualizado em 18 abr 2019, 18h11 - Publicado em 18 abr 2019, 16h40

O presidente-executivo da companhia aérea Azul, John Rodgerson, anunciou nesta quinta-feira, 18, a desistência da oferta pela compra de parte das operações da Avianca e acusou as rivais Gol e Latam de agirem para evitar a concorrência. “Nossa oferta não existe mais”, afirma Rodgerson.

O presidente-executivo da Azul ainda acusou a Gol e a Latam de tentar evitar a concorrência na ponte aérea São Paulo-Rio de Janeiro, a mais cobiçada do país. “O acordo que eles fizeram com os credores quebra a Avianca em vários pedacinhos. Dessa forma, não conseguimos fechar a malha aérea. Como que eu vou competir com alguém que tem 30 voos por dia, se eu tenho só sete? Não é justo. O que eles querem é fazer um duopólio”, afirma Rodgerson.

O executivo lamenta pelos consumidores, que vão perder com a diminuição de oferta de voos, e pela Avianca, que, em sua visão, “não tem mais solução”. Ele diz que credores e as duas rivais estragaram o produto e a empresa dividindo-a. “Nosso plano era investir na Avianca.”

Procurada, a Gol informou que o acordo de recuperação judicial, firmado com a Elliott (o maior credor do processo de recuperação judicial), potencializa a concorrência pelos ativos da Avianca Brasil. “A divisão dos horários de pouso e decolagem dos aeroportos de Congonhas, Guarulhos e Santos Dumont em seis UPIs Aéreas, além do programa de milhagem, permite a participação não só da Gol, mas de qualquer outro interessado em adquirir uma das Unidades”, informou a companhia, em nota.

Já a Latam informou que foi abordada pela Elliott para participar da reestruturação. “A companhia segue confiante no processo competitivo pelas UPIs (Unidades Produtivas Isoladas). O modelo proposto permite que mais interessados participem do processo, o que é benéfico tanto para o ambiente concorrencial como para o consumidor”, segundo o comunicado enviado pela companhia.

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Os credores da Avianca aprovaram na sexta-feira, 4, o plano de recuperação judicial da empresa aérea, que prevê a divisão dos ativos da companhia em sete Unidades Produtivas Independentes (UPI). A decisão surpreendeu a Azul, que, no mês passado, assinou um acordo não vinculante de 105 milhões de dólares (aproximadamente 403 milhões de reais) para a compra de ativos da Avianca, incluindo slots em aeroportos e contratos de leasing de aviões da rival.

Na terça-feira, 16, foi publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo o edital do leilão de ativos da Avianca. A alienação está marcada para o dia 7 de maio, a partir das 14h, na região central de São Paulo. Serão leiloadas sete Unidades Produtivas Isoladas (UPIs), que são partes da empresa livres de dívidas. Pelas regras do edital, interessados em comprar ativos da Avianca têm 10 dias para encaminhar propostas. O certame faz parte do processo de recuperação judicial, iniciado em dezembro.

“É capaz de que a empresa nem chegue até o leilão pelo andamento da situação”, afirma o presidente-executivo da Azul.

A Gol e a Latam afirmaram no início de abril que fariam ofertas de pelo menos 70 milhões de dólares (aproximadamente 270 milhões de reais) por alguns ativos —bens, direitos— da Avianca. Ambas empresas disseram que foram abordadas pelo fundo Elliott Management, o maior credor no âmbito do processo de recuperação judicial.

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Crise

Em 11 de dezembro do ano passado, a Avianca Brasil entrou com pedido de recuperação judicial. O objetivo era evitar a paralisação de suas atividades, já que a companhia aérea enfrenta dificuldades para manter aviões arrendados por falta de pagamento aos fornecedores e também vem atrasando o recebimento de taxas aeroportuárias. A Avianca é a quarta maior companhia aérea do país e suas dívidas somam quase 500 milhões de reais. 

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