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Azul apresenta novo avião e aposta todas as fichas na temporada de férias

A aeronave mais colorida do Brasil vai fortalecer a malha aérea regional da companhia na alta temporada, quando deve operar para 113 destinos

Por Diego Gimenes
Atualizado em 4 dez 2020, 14h12 - Publicado em 3 dez 2020, 12h13

O coronavírus causou o maior estrago da história da aviação mundial. Em meados de abril, a demanda por voos era praticamente nula e as companhias aéreas ainda vão precisar de um longo tempo para se recuperar financeiramente do choque, mas já há bons ventos indicando o caminho da retomada. Embora a Azul tenha registrado um prejuízo de 1,2 bilhão de reais no terceiro trimestre de 2020, a receita mais que dobrou no período, uma sinalização de que o número de voos está retornando à normalidade. Prova desse otimismo está na malha aérea da companhia, em vista que na alta temporada a Azul deve operar com 80% da sua capacidade total, voando para 113 destinos — apenas três a menos em relação ao pré-crise. Nesta quinta-feira, 3, a companhia apresentou sua mais nova aeronave Embraer E195-E2, que faz parte do pacote das 75 compradas no início de 2019.

John Rodgerson, presidente da Azul
John Rodgerson, presidente da Azul (Diego Gimenes/VEJA)

Com capacidade para transportar 146 passageiros, o avião recebeu uma pintura especial desenvolvida em parceria pela AkzoNobel e a Coral. “Esse é um desejo que a gente alimenta desde o começo de 2019 e a Azul comprou a nossa ideia, nós estamos muito felizes. É um sonho muito lindo, de brasilidade mesmo, valorizando o nosso meio ambiente”, afirma Daniel Geiger Campos, presidente da AkzoNobel na América do Sul. A homenagem é para a ararinha azul, um dos símbolos da natureza brasileira e que sinaliza os objetivos da companhia na retomada dos voos. Com 58 cores diferentes, a aeronave é a mais colorida do país, e deve reforçar a frota da companhia sobretudo na operação doméstica.

“Com as fronteiras fechadas e alguns países ainda com restrição, o brasileiro finalmente vai ter a oportunidade de conhecer as belezas do seu próprio país. O nosso turismo vai se reinventar completamente por causa disso”, firma John Rodgerson, presidente da Azul, com a perspectiva do lado bom da crise. A estimativa da companhia é chegar a 200 destinos após a pandemia. Dentre as apostas para a temporada de férias estão voos com destino para Canela (RS), Ubatuba (SP), Angra dos Reis (RJ) e Jericoacoara (CE).

Uma das razões da recuperação da Azul ser mais robusta que a de suas concorrentes está no próprio DNA da companhia, focado sobretudo na operação doméstica. Com uma malha que cobre regiões que recebem poucos voos, como partes do Norte e Centro-Oeste, a Azul consegue captar empresários e executivos do agronegócio brasileiro. Outro fator importante para a retomada está na flexibilidade dos custos, uma vez que a frota da companhia é bastante diversa e conta com aeronaves que vão desde os Airbus A321neo, que transportam até 214 passageiros, até os Cessna Gran Caravan incorporados da TwoFlex, com capacidade para 9 passageiros. A aeronave apresentada hoje vem para reforçar o foco na aviação doméstica.

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Do ponto de vista econômico, a companhia anunciou que não precisará mais do famigerado empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), prometido para maio mas que não saiu do papel. A emissão de debêntures conversíveis em ações preferenciais somará 1,7 bilhão de reais aos cofres da empresa, o que garante, segundo a empresa, caixa suficiente para os próximos quatro anos. A Azul foi a primeira companhia do Brasil a encerrar o acordo temporário de redução de jornada com seus tripulantes, sinalizando que a empresa aposta todas as suas fichas na temporada de férias que se aproxima. Em novembro, as ações da companhia na bolsa de valores acumularam expressiva alta de 69%. “O pacote do BNDES não foi concretizado porque nós o recusamos. Era caro demais e nós encontramos outras formas mais vantajosas de alimentar o caixa da companhia. Agradecemos a disposição do banco, mas a melhor decisão foi encontrar outros meios no mercado”, Rodgerson.

Desafio

Ainda que o turismo impulsione as atividades das companhias, é preciso levar em conta a recuperação a passos lentos das viagens a negócios, uma vez que as reuniões presenciais estão sendo substituídas pelas videoconferências. Dentro do turismo, os passageiros devem optar pelos voos domésticos num primeiro momento, em vista que o próprio dólar ainda apresenta uma valorização muito alta frente ao real, além de que alguns países voltaram ao lockdown por causa do aumento do contágio. “O turismo vai ter uma aceleração rápida em 2021, mas depois vai bater de frente com a realidade econômica brasileira, com o desemprego ainda alto e a baixa confiança dos empresários. Portanto, a retomada deve atingir até 80% do pré-Covid, mas o último degrau ainda depende da economia”, analisa André Castellini, especialista em aviação e sócio da consultoria Bain & Company. Em outras palavras, apesar do otimismo para o final de 2020, ainda há muito trabalho a ser feito para que 2021 seja um ano de descarrego para o setor aéreo.

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