Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Aumento no preço dos alimentos acelera IPCA em 0,24% em agosto

Apesar da alta nos supermercados, índice fica abaixo da meta do governo; inflação é calculada por uma cesta de consumo e os outros setores não aceleraram

Por Larissa Quintino Atualizado em 10 set 2020, 02h26 - Publicado em 9 set 2020, 09h03

A preocupação do presidente Jair Bolsonaro, que chegou a pedir “patriotismo” dos donos de supermercados na última semana, devido a alta no preço dos alimentos, é um sinal claro de que o alerta está ligado. Os preços dos alimentos foram responsáveis pela alta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em agosto. O índice, divulgado nesta quarta-feira, 9, pelo IBGE, subiu 0,24% no mês e alcançou o maior valor para o período desde 2016. O mero sinal de aumento nos supermercados gera arrepio nos brasileiros que viveram a era da hiperinflação da década de 1980. Entretanto, a inflação está tecnicamente controlada. Em relação a julho, o índice desacelerou e , no acumulado dos últimos 12 meses, a inflação está em  2,44%, abaixo da meta definida para o ano. A diferença na sensação e nos dados se reflete pela cesta de produtos do IBGE, que, além dos alimentos, faz a mediana de outros setores como educação e habitação, que estão com menos pressão nos preços.

O IPCA se refere à às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos (41.800 reais mensais) e, a alta dos alimentos pesa no bolso dos mais pobres. Essa cesta de consumo que compõe a medição da inflação oficial do país é atualizada a cada cinco ou dez anos. Inclusive, teve mudanças na medição a partir de janeiro deste ano, com a inclusão de itens como transporte por aplicativo e serviço de streaming. Além disso, com a revisão, os alimentos passaram a ter peso menor que os transportes na cesta das famílias, o que reflete essa diferença entre a pressão dos preços medida pelo indicador e sentida pelo consumidor.

ASSINE VEJA

Os riscos do auxílio emergencial
Os riscos do auxílio emergencial Na edição da semana: a importância das reformas para a saúde da economia. E mais: os segredos da advogada que conviveu com Queiroz ()
Clique e Assine

Em agosto, o grupo alimentos e bebidas acelerou 0,78%, contra uma estabilidade em julho. Os principais itens que influenciaram essa elevação foram o tomate (12,98%), o óleo de soja (9,48%), o leite longa vida (4,84%), as frutas (3,37%) e as carnes (3,33%). O arroz, alimento essencial na mesa do brasileiro, que virou motivo de apelo do presidente e de piada nas redes sociais, subiu 3,03% no período e 19,25% no ano. Segundo o IBGE, os itens básicos da mesa do brasileiro podem elevar a percepção de inflação nas gôndolas dos mercados e peso no orçamento de famílias mais pobres.

Além dos alimentos, a gasolina também acelerou. O item subiu 3,22% e teve o maior peso individual no indicador, fazendo com que o aumento no grupo de transportes fosse de 0,82% em agosto. Nas despesas de casa, houve alta (0,36%). Os maiores impactos vieram do aluguel residencial (0,32%) e da energia elétrica (0,27%). Vale destacar ainda o aumento nos preços de alguns materiais de construção, como o tijolo (9,32%) e o cimento (5,42%), que já haviam subido em julho (4,13% e 4,04%, respectivamente).

Continua após a publicidade

Por outro lado o que mais segurou a inflação de agosto pelo IPCA foi a Educação (-3,47%), já que várias instituições de ensino passaram a aplicar descontos em suas mensalidades durante o período de isolamento em função da pandemia de Covid-19. Os preços dos cursos regulares recuaram 4,38%, sendo que maior queda foi observada na pré-escola (-7,71%), seguida pelos cursos de pós-graduação (-5,84%), pela educação de jovens e adultos (-4,80%) e pelas creches (-4,76%).

A aceleração do IPCA reflete o aumento do consumo após a reabertura de atividades não essenciais. Na fase mais aguda da pandemia para a economia, o índice chegou a registrar deflação por dois meses seguidos, em abril e maio, e acelerou a partir de junho, refletindo os sinais de reaquecimento do consumo e o aumento da demanda.  O grupo alimentos, inclusive, que não teve queda na demanda durante a pandemia, não registrou deflação no período. Agora, passa a acelerar com o aumento de preços de matérias primas, fatores sazonais e a alta do câmbio.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

1 Mês por 4,00

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.