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Empresa de etanol da Odebrecht pede recuperação judicial

Companhia, com mais de R$ 12 bilhões em dívidas, informou que processo é resultado da investida hostil de um fundo internacional credor

Por da Redação
Atualizado em 29 Maio 2019, 21h38 - Publicado em 29 Maio 2019, 21h20

A Atvos, produtora de etanol do grupo Odebrecht, entrou nesta quarta-feira, 29, com pedido de recuperação judicial na Justiça do Estado de São Paulo, após um investidor ter garantido judicialmente o bloqueio do caixa da companhia. Após o deferimento do pedido pela Justiça, a empresa terá 60 dias para apresentar a primeira versão do plano de recuperação judicial.

Em nota, a companhia explicou que a decisão tem o objetivo de preservar suas operações, garantir equilíbrio financeiro e manter os empregos de 10 mil empregados. “Este processo é resultado da investida hostil de um fundo internacional, credor da Atvos, que por meio de processo judicial colocou em risco as operações da empresa”, informou a companhia, uma das maiores produtoras de etanol do Brasil.

A decisão pegou de surpresa credores como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander Brasil, a quem a Odebrecht vinha oferecendo o controle da Atvos como opção para um processo de reestruturação de dívida do conglomerado. Enquanto negociava com credores, a Odebrecht vinha tentando isolar a gestão financeira da Atvos, justamente para evitar que a eventual derrocada dela contaminasse o conglomerado, trabalho que vinha sendo coordenado por Ricardo Knoepfelmacher, também conhecido como Ricardo K, por meio da consultoria RK Partners.

Com outra empresa do grupo, a Ocyan (ex-Odebrecht Óleo e Gás), a solução encontrada foi uma recuperação extrajudicial, modelo em que um alongamento de dívida é pactuado com credores. O processo da Atvos (ex-Odebrecht Agroindustrial) vinha evoluindo, mas foi atropelado pela movimentação da Lone Star, bloqueando o caixa da Atvos, que por sua vez não viu alternativa a não ser a recuperação judicial.

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Ainda nesta quarta-feira, fontes bancárias minimizaram notícias de que a Atvos, com mais de 12 bilhões de reais em dívidas, se preparava para pedir recuperação judicial. A notícia foi vista inicialmente como um blefe, uma pressão da própria Odebrecht para tentar forçar um acordo. Com o revés, o tom das conversas entre Odebrecht e bancos tende a piorar. Outras empresas do grupo incluem a empreiteira OEC, a Odebrecht Latinvest e a petroquímica Braskem.

A Atvos enfatizou no comunicado sua expectativa de moer cerca de 27 milhões de toneladas de cana na safra 19/20, suficientes para produzir 2,1 bilhões de litros de etanol, 237 mil toneladas de açúcar VHP e gerar 2,9 mil GWh de energia elétrica, numa tentativa de mostrar que seu negócio segue firme.

(Com Reuters)

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