Atividade industrial dos EUA supera os 50 pontos pela 1ª vez em 8 meses

O PMI atingiu 51,2 em janeiro, acima da projeção de 50,1. É a primeira vez desde junho de 2024, quando o índice marcou 51,6, que supera essa marca

Por Luana Zanobia SEGUIR SEGUINDO 3 fev 2025, 12h14

Linha de Produção — A todo vapor: PMI acima de 50 pontos indicam expansão da atividade econômica (Yasuyoshi Chiba/AFP/VEJA)

O PMI industrial dos Estados Unidos, índice que mede a atividade dos gerentes de compras e é um importante termômetro da economia, registrou 51,2 pontos em janeiro, superando a projeção de 50,1. Valores acima de 50 indicam expansão da atividade econômica. Este é o primeiro resultado acima de 50 desde junho de 2024.

A leitura do PMI fornece uma justificativa sólida para o Federal Reserve manter a taxa de juros no atual patamar. Desde o ciclo agressivo de aumento dos juros iniciado em 2022, o Fed tem reiterado que sua prioridade é combater a inflação sem prejudicar a atividade econômica. A inflação, embora em desaceleração, ainda está acima da meta de 2%, e a força persistente da economia, medida por indicadores como o PMI, mostra que a alta dos juros ainda não conseguiu esfriar completamente a demanda.

O Fed declarou em sua última reunião que não há urgência em ajustar a política monetária, pois a economia tem mostrado sinais consistentes de resiliência, dissipando os temores de uma recessão potencialmente desencadeada pelas altas taxas de juros. O dado do setor industrial, tradicionalmente mais sensível a mudanças na política, oferece mais espaço para que o Fed continue sua abordagem de “esperar para ver” no que diz respeito a novos ajustes nos juros.

A resposta dos mercados financeiros foi imediata. O dólar, já em alta antes da divulgação do PMI, se fortaleceu ainda mais. Para os investidores, a combinação de uma economia resiliente e a manutenção de juros elevados nos Estados Unidos cria um ambiente atrativo para alocar capital na moeda americana. Em tempos de incerteza global, o dólar mantém seu status de refúgio seguro, especialmente à medida que os mercados emergentes enfrentam instabilidades e os investidores se afastam de ativos de maior risco.