Atividade econômica do Brasil sobe 1,12% no 1º tri, aponta BC
Em março, o índice caiu 0,44% ante fevereiro
A economia brasileira voltou ao azul no primeiro trimestre após um longo período recessivo, conforme dados do Banco Central divulgados nesta segunda-feira, que entretanto ainda não apontam uma retomada linear ou forte.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), teve um crescimento de 1,12% de janeiro a março sobre os três últimos meses de 2016, em dado dessazonalizado.
Em março, contudo, o índice caiu 0,44% ante fevereiro. Analistas já vinham pontuando que a recente mudança de metodologia das pesquisas de comércio e serviços do IBGE –que embasam os cálculos do mercado para o comportamento do índice– vinha turvando as expectativas.
O resultado negativo em março se deu na esteira de uma fraqueza generalizada em indicadores econômicos recentes.
No mês, o setor de serviços caiu 2,3% sobre fevereiro, pior resultado em cinco anos e abaixo do esperado por analistas. O varejo, por sua vez, recuou 1,9% na mesma base de comparação, no dado mensal mais fraco em 14 anos. Enquanto isso, a produção industrial despencou 1,8% sobre o mês anterior, leitura mais fraca para março na série histórica iniciada em 2002.
O IBC-Br incorpora projeções para a produção no setor de serviços, indústria e agropecuária, bem como o impacto dos impostos sobre os produtos.
No trimestre, o resultado positivo do índice também já era esperado pelo mercado. Numa investida pouco usual, o ministério do Planejamento chegou inclusive a divulgar uma expectativa de 1,3% para a performance do IBC-Br no período.
Na semana passada, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reafirmou que PIB crescerá no primeiro trimestre, mas também reconheceu que os efeitos da recessão ainda pesam sobre o país.
No último trimestre de 2016, a economia brasileira aprofundou a crise e encolheu 0,9% sobre o terceiro trimestre, encerrando o ano com tombo de 3,6%, de acordo com dados do IBGE. Em 2015, a retração do PIB havia sido de 3,8%.
Para este ano, a expectativa dos economistas segundo o boletim Focus mais recente é de uma alta de 0,5% do PIB, idêntica à estimativa oficial do governo.
(Com Reuters)