ASSINE VEJA NEGÓCIOS

Até onde vai a Selic? Projeções apontam para política monetária mais apertada

Economistas e gestores consultados por VEJA esperam que a taxa Selic avance para 15,25% a 15,75% até o fim do ano

Por Juliana Machado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jan 2025, 15h59 - Publicado em 30 jan 2025, 13h52

Se alguém esperava que a taxa básica de juros no Brasil poderia dar uma trégua e parar nos 13,25% definidos ontem pelo Banco Central, é hora de rever as expectativas. Gestores e economistas ouvidos por VEJA são unânimes: a Selic vai, no mínimo, encostar nos 15% ao ano, se não ultrapassar essa marca.

A reportagem procurou uma dezena de casas, que projetam a Selic entre 15,25% e 15,75% até o fim do ano. O movimento é esperado pela confiança que os agentes de mercado estão construindo com o Comitê de Política Monetária (Copom), depois que a autoridade afirmou que fará uma nova alta da taxa de juros na reunião de março e observará o andamento da inflação para dar os próximos passos.

Para Álvaro Frasson, economista do time de Portfolio Solutions do BTG Pactual, o BC “parece estar confiante em torno dos aspectos baixistas da inflação”, já que a forte desancoragem das expectativas de inflação “não resultou em uma comunicação mais enérgica” sobre o tema. Assim, considerando que a autoridade monetária manteve seu compromisso de controle da inflação “para além da próxima reunião”, o BTG espera que o ciclo de alta não termine em 14,25%, embora possa ter um ritmo mais brando a partir de maio.

Na mesma linha, Natalie Victal, economista-chefe da SulAmérica Investimentos, acredita que a comunicação adotada ontem pela autoridade já está considerando a atividade como risco de baixa para a inflação, além de ter trazido uma projeção de inflação de 4%, na banda inferior das expectativas do mercado, e de ter retirado o plural na indicação da política monetária para as próximas reuniões.

“A sensação que fica é que a autoridade monetária já está pensando nas defasagens de política monetária”, afirma a economista, que espera uma alta de 1 ponto percentual em março e uma Selic em 15% ao ano.

Continua após a publicidade

Seja como for, o mercado segue à espera de um Copom mais duro em relação à política monetária, com continuidade do ciclo de altas da Selic enquanto a inflação não der sinais de que está convergindo para a meta. Para o time de economia do Banco Pine, liderado por Cristiano Oliveira, o Comitê demonstrou interesse em ter liberdade na sua atuação para o futuro e segue com comunicação inclinada à alta de juros (hawkish, no jargão do mercado.)

“Para apoiar nossa análise, lembramos que o ‘termômetro do Copom’, desenvolvido através de algoritmo de machine learning, indica que esse comunicado é o segundo mais duro da série analisada, que começa em 2015”, diz o banco.

As implicações para os mercados também são relevantes a partir da decisão e das perspectivas para o Copom de agora em diante. Segundo a Monte Bravo, a elevada incerteza fiscal e o nível de juros não justificam uma alocação mais ampla em ativos de risco. A recomendação é manter uma carteira defensiva, com investimento em títulos pós-fixados e “aumento expressivo” da parcela indexada ao dólar, direta ou indiretamente.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas R$ 5,99/mês*
ECONOMIZE ATÉ 59% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Nesta semana do Consumidor, aproveite a promoção que preparamos pra você.
Receba a revista em casa a partir de 10,99.
a partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.