Ata do Fed mostra divisão no comitê do BC americano sobre efeitos das tarifas na inflação
Dez dos 19 integrante do comitê sinalizaram pelo menos dois cortes nos juros, sete não previram reduções e dois estimam apenas um corte em 2025

Divulgado nesta quarta-feira, 9, o documento da reunião do Federal Reserve, o Fed, encerrada em 18 de junho, que manteve a taxa básica de juros no intervalo entre 4,25% e 4,5%, mostra que a principal divergência entre os formuladores da política monetária nos Estados Unidos diz respeito ao possível impacto das tarifas de importação sobre a inflação.
“Enquanto alguns participantes avaliaram que as tarifas vão provocar um aumento de preços pontual e não vão afetar as expectativas de inflação de longo prazo, a maioria consideraram o risco de que as tarifas tenham efeitos mais persistentes na inflação”, afirma a ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês). Embora todos os integrantes do comitê tenham concordado em manter a taxa básica vigente pela quarta vez consecutiva, a discussão expôs “considerável incerteza” sobre o tempo, a magnitude e a duração desses impactos inflacionários.
Dez dos dezenove dirigentes sinalizaram pelo menos dois cortes ainda este ano, enquanto sete não previram reduções em 2025 e dois estimam apenas um corte. A ata também revela que alguns membros estariam dispostos a considerar um corte já em julho, se os dados de inflação seguirem positivos.
Apesar das divergências, prevalece a leitura de que o quadro econômico continua sólido, com desemprego baixo, o que permite ao comitê adotar uma postura paciente. Enquanto os mercados futuros projetam cortes em setembro e dezembro, os dirigentes aguardam o índice de preços ao consumidor de junho, a ser divulgado em 15 de julho, para calibrar os próximos passos.