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Bolsa cai 2% e dólar sobe para R$ 3,98 com Argentina e guerra comercial

Após bater os R$ 4 durante o dia, moeda americana fecha a segunda-feira com alta de 1% e no maior valor desde maio

Por Larissa Quintino Atualizado em 4 jun 2024, 16h08 - Publicado em 12 ago 2019, 18h06

Uma segunda-feira com cenário internacional turbulento fez com que o mercado financeiro brasileiro abrisse a semana com pessimismo. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, registrou queda de 2% nesta segunda-feira, 12, a 101.915 pontos. Já o dólar comercial, após atingir os 4 reais durante o dia, recuou e fechou vendido aos 3,984 reais, alta de 1,06%. É o maior valor desde 28 de maio, quando a moeda estava cotada a 4,02 reais.

No radar dos investidores, está a forte queda dos ativos argentinos, após o presidente Mauricio Macri sofrer uma derrota eleitoral no domingo. A chapa da Frente de Todos, formada por Alberto Fernández e pela ex-presidente Cristina Kirchner, impôs uma dura derrocada ao atual presidente, Mauricio Macri, nas eleições primárias realizadas no domingo, 11, com quase 15 pontos porcentuais de diferença. O Merval, principal indicador da bolsa argentina, caiu 37% e o peso argentino acelerou 15%, cotado a 53,50 por dólar, com a baixa probabilidade de reeleição do atual presidente. 

“Os investidores internacionais acabam enxergando a América Latina como um bloco só, apesar de não ser. Acontece alguma coisa em um dos mercados, os outros tendem a sofrer. Mas, além da Argentina, os mercados estão tensos por causa da guerra comercial e, internamente, como não temos nenhuma nova notícia, o mercado brasileiro acaba sofrendo mais essas influências”, analisou André Perfeito, economista-chefe da Necton.

Segundo o economista, com a reforma da Previdência iniciando a tramitação no Senado e a tributária dando passos iniciais, ainda não há novas notícias que possam impactar o mercado e segurar uma queda com as tendências pessimistas dos mercado internacionais.

No plano de fundo de toda a tensão está a disputa entre China e Estados Unidos. Investidores temem que a demora para que os dois países cheguem a um acordo prejudique a economia mundial. Há duas semanas, os americanos anunciaram novas tarifas sobre produtos chineses. Na semana passada, a moeda chinesa, o yuan, desvalorizou a seu menor patamar em dez anos, movimento visto como uma retaliação do governo Xi Jinping.

Somado a isso, o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) não cortou juros na intensidade que o mercado esperava. A instituição reduziu a taxa em 0,25 ponto porcentual, quando a expectativa dos investidores era de diminuição de 0,5 ponto. Diante desse cenário, o dólar vem há duas semanas em tendência de alta.

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