Arábia Saudita tem amplos estoques de petróleo para conter crise, diz OPEP
Mohammad Barkindo, secretário da entidade, minimiza pânico de mercados e não prevê reunião de emergência por ataques a refinarias e queda de produção
O secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Mohammad Barkindo, disse que a Arábia Saudita conteve a situação até o momento, após sofrer no fim de semana ataques com drones que comprometeram cerca de metade de sua produção de petróleo, e dispõe de “amplos estoques”.
Em entrevista à TV Bloomberg, Barkindo afirmou também que o foco agora da Opep+, que reúne o cartel e outros grandes produtores como a Rússia, é garantir a segurança da oferta. Ele ressaltou, contudo, que o grupo não tem planos de convocar uma reunião de emergência, embora esteja monitorando o assunto de perto.
Barkindo declarou, ainda, que não há pânico nos mercados e o que o salto nos preços do petróleo, que chegou a quase 20%, foi apenas uma reação inicial.
Por conta do ataque, a Arábia Saudita anunciou a suspensão temporária da produção diária de 5,7 milhões de barris – perto da metade da produção do reino. Trata-se do equivalente a 6% do abastecimento mundial e mais que o dobro de toda a produção brasileira, que gira em torno de 2,7 milhões de barris ao dia. O restabelecimento pleno dos trabalhos da estatal saudita pode levar semanas.
Às 5h10 (de Brasília), o barril do petróleo tipo Brent para entrega em novembro avançava 8,60% na ICE, para 65,40 dólares, enquanto o do WTI para outubro subia 7,68% na Nymex, a 59,06 dólares.
Como medida para atenuar os efeitos no mercado americano, o presidente Donald Trump autorizou a liberação de petróleo da Reserva Estratégica do país, em quantidade não especificada. Em sua conta no Twitter, afirmou que os Estados Unidos aguardam um posicionamento saudita com possibilidade de agir em resposta aos ataques.
(Com Estadão Conteúdo)