Após suspensão em 2020 por Covid, IBGE abre concurso para o Censo 2021
Pesquisa visita mais de 70 milhões de domicílios e deve ser realizada entre agosto e outubro; 204 mil vagas são oferecidas, 4 mil a menos que em 2020
A pandemia do novo coronavírus trouxe as mais diversas consequências ao dia a dia do brasileiro e uma delas foi o não recenseamento da população brasileira. Datado para ocorrer de dez em dez anos, o censo demográfico de 2020 não ocorreu. O dinheiro para a realização da atividade pelo IBGE foi repassado ao Ministério da Saúde. Em 2021, porém, a pesquisa deve ocorrer, pelo menos é o que indica o governo. Nesta quinta-feira, 18, foi publicado no Diário Oficial da União o edital do concurso para contratar temporários para o Censo. Ao todo, o IBGE oferece 204 mil vagas.
O processo seletivo autorizado tem menos vagas previstas que o anterior, que foi cancelado por causa da pandemia. Lançado em março do ano passado, o edital trazia 208.695 vagas e a previsão era receber quase 2 milhões de inscrições. O orçamento para a pesquisa foi redimensionado: de 2,3 bilhões de reais previstos em 2020, para 2 bilhões de reais neste ano. Vale lembrar que nesta edição do Censo haverá menos perguntas. Serão 26 no questionário básico contra 37 da edição anterior. No completo, a redução é de 112 para 76. Questões sobre emigração, renda e aluguel ficaram de fora. A redução já estava certa para a pesquisa suspensa em 2020.
A produção de dados sobre a população brasileira é fundamental para estruturar políticas e ações críveis e bem-sucedidas para o país. Feito a cada década, o levantamento comporta informações robustas relativas a mais de 70 milhões de domicílios, sobre moradia, condição de renda e emprego. A cada mês, essa base é atualizada pela Pnad Contínua, pesquisa que traz recortes atualizados sobre condições de emprego e habitação por consulta amostral, aferida pelos pesquisadores em 211.344 domicílios.
Devido à pandemia, a pesquisa passou a ser realizada por telefone. Houve também um outro levantamento experimental, a Pnad Covid, que compilava dados sobre efeitos da pandemia nas famílias brasileiras. Justamente pela crise de Covid-19, o IBGE testou no fim do ano abordagem telefônica para o Censo 2021, a fim de diminuir contato e circulação de pessoas. Porém, a coleta deve ser presencial. A pesquisa deve ocorrer entre os meses de agosto e outubro deste ano.
Concurso
O certame para o Censo 2021 oferece 181 mil vagas de recenseador, 5,4 mil vagas para Agente Censitário Municipal e 16,9 mil de Agente Censitário Supervisor. As inscrições podem ser feitas a partir do dia 19 de fevereiro pela internet. Como o concurso anterior foi suspenso, o IBGE está devolvendo as taxas de inscrição dos participantes, sendo necessário fazer uma nova inscrição para a participação do certame de 2021.
O recenseador é o profissional que visitará as casas para a realização do questionário. Para concorrer ao cargo, é preciso ter ensino fundamental completo. A previsão de duração do contrato é de até 3 meses, podendo ser prorrogado mediante necessidades de conclusão das atividades do Censo e de disponibilidade orçamentária. A jornada de trabalho é de, no mínimo, 25 horas semanais e a remuneração será feita por produtividade (casas visitadas e questionários respondidos). A taxa de inscrição é de 25,77 reais.
Para as funções de agente censitário, é exigido ensino médio completo. A jornada de trabalho é de 40 horas semanais. Os melhores colocados em cada município ocuparão a vaga de agente censitário municipal, que será o responsável pela coordenação da coleta naquela cidade. Os demais supervisionam as equipes de recenseadores. A previsão de duração do contrato é de até 5 meses, podendo também ser prorrogado. A remuneração varia entre 1.700 reais a 2.100 reais.