Após recorde por condenação de Lula, Bolsa abre em alta
O Ibovespa avançava 0,58%, chegando a 84.165 pontos, por volta das 10h58; na quarta, o indicador fechou com alta de 3,72%: 83.680 pontos
A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) abriu em alta o pregão desta sexta-feira, após ter atingido recorde histórico na última quarta, em meio à condenação do ex-presidente Lula em segunda instância. Os desembargadores do Tribunal Regional da 4ª Região consideraram, por unanimidade, o petista culpado de corrupção por causa do caso no triplex do Guarujá. O mercado financeiro não operou na quinta-feira, em razão do feriado pelo aniversário de 464 anos da cidade de São Paulo.
O principal índice da bolsa, o Ibovespa, avançava 0,58%, aos 84.165 pontos, por volta das 10h58. Na quarta, o indicador fechou com alta de 3,72% 83.680 pontos, o maior nível já registrado.
O otimismo do mercado financeiro visto na quarta aconteceu pela perspectiva de que a condenação deve inviabilizar a candidatura do petista em 2018. Segundo analistas financeiros, existe o temor de que uma eventual vitória do ex-presidente altere os rumos da política econômica.
Além das apostas ligadas a Lula fora do páreo, o mercado nacional se beneficia de uma situação interna tranquila – com inflação e juros baixos e crescimento contínuo da economia. E também de um cenário externo favorável a investimentos no país. “Há liquidez global, com investidores buscando retorno. Com o Brasil melhorando a sua situação, se a gente tiver um reformista em vez de um populista, o fluxo de recursos estrangeiros deve continuar vindo para cá”, disse a VEJA o economista-chefe da corretora XP, Celson Plácido.
Investimento estrangeiro
Apesar de o Ibovespa ter atingido nível histórico, o patamar é menor que o recorde se considerado o preço das ações em dólar. Segundo levantamento da Economatica, o valor das empresas chegou a 1,022 trilhão de dólares na última quarta, e o maior valor alcançado foi de 1,556 trilhão de dólares em abril de 2011.
Para Einar Rivero, gerente de relacionamento institucional e comercial da Economatica, a alta na bolsa vista desde 2016 é notável. E o patamar baixo, se visto em dólar, indica ao investidor estrangeiro espaço para os índices subam mais. Mas há possibilidade de que parte desses recursos seja especulativa, pela euforia com a recuperação do mercado no país, e provoquem quedas ao sair. “O que dá medo é ver um volume de recursos estrangeiros entrando muito fortemente”, disse.