Ao menos nove aeroportos estão sem combustível, diz Infraero
Segundo a agência do governo, 57 voos já foram cancelados e outros 80 estão atrasados só nesta segunda-feira
Ao menos nove aeroportos estão sem combustíveis para reabastecer os aviões nesta terça-feira (29), informou a Infraero, agência do governo responsável por administrar os principais aeroportos do país. Em comunicado, a organização indica que 57 voos foram cancelados e outros 80 estão atrasados até as 13h de hoje.
“A empresa alertou aos operadores de aeronaves que avaliem seus planejamentos de voos para que cada um possa definir sua melhor estratégia de abastecimento de acordo com o estoque disponível nos terminais de origem e destino”, diz a nota.
Entre os aeroportos afetados estão os de São José dos Campos (SP), Uberlândia (MG), Campina Grande (PB), Juazeiro do Norte (CE), Aracaju (SE), Foz do Iguaçu (PR), Palmas (TO), Imperatriz (MA) e Londrina (PR).
Segundo a empresa, os aeroportos estão abertos e têm condições de receber pousos e decolagens. O problema é que, nos terminais em que o abastecimento está indisponível, as aeronaves que chegarem só poderão decolar se tiverem combustível suficiente para seguir com o voo.
A gasolina para abastecer os helicópteros e aviões também acabou no Campo de Marte no final da tarde da segunda-feira (28) e não tem previsão para que o abastecimento volte ao normal, de acordo com o presidente da Associação Brasileira de Táxi Aéreo (Abtaer), Jorge Bitar.
Ele indica que 40% das aeronaves no Campo de Marte, geralmente as de pequeno porte, são abastecidas com gasolina de aviação e os outros 60% com querosene de aviação. Como o ponto ainda possui estoque de querosene, no momento, as aeronaves mais afetadas são as de pequeno porte.
“Com a paralisação dos caminhoneiros e bloqueio das estradas pelos caminhões, a procura por transporte de carga com táxi aéreo no Campo de Marte apresentou uma elevação de 1000% entre quarta e sexta feira”, disse a associação em comunicado. “No final de semana, os números caíram. Queda de voos se manteve na segunda e persiste hoje.”
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), composta por companhias que operam a nível nacional e internacional, estima que mais de 270 voos foram cancelados em todo o país desde o início da greve dos caminhoneiros. Também calcula um prejuízo diário de mais de 50 milhões de reais em cancelamentos, pousos técnicos para reabastecimentos, ausências e atendimento a passageiros que deixaram de embarcar.