Ações da Petrobras e Vale em Nova York derretem no pré-mercado e pressionam Ibovespa
Comportamento dos ADRs das principais empresas brasileiras negociados em Nova York é prenúncio de mais queda do Ibovespa hoje

A sangria dos principais mercados globais na manhã desta segunda-feira 7 não poupa os American Depositary Receipts (ADRs) de empresas brasileiras negociados em Nova York. Por volta das 8h50 (horário de Brasília), os ADRs que representam as ações ordinárias da Petrobras (PBR) recuavam 3,96% e eram negociados por 12,61 dólares. Os ADRs das preferenciais (PBRa) caíam 3,62%, sendo cotados a 11,44 dólares. Outra gigante brasileira, a Vale assistia a um recuo de 2,64% de seus ADRs (VALE), vendidos a 8,84 dólares.
O tombo da Petrobras em Nova York reflete a piora das perspectivas do petróleo no mercado internacional, pressionado pelos temores de uma recessão global após a entrada em vigor, no sábado 5, das tarifas recíprocas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, às importações de outros países. Em Nova York, os contratos futuros de petróleo do tipo WTI recuavam 2,53% na pré-abertura desta segunda-feira e eram cotados a 60,42 dólares. Para o petróleo do tipo Brent, principal referência para a Petrobras, os contratos com vencimento em junho caíam 2,13%, para 64,18 dólares.
No caso da Vale, o recuo reflete a queda de mais de 3% da cotação do minério de ferro na bolsa chinesa de Dalian, que se tornou uma referência global, já que a China é a maior compradora da commodity em todo o mundo.
O tombo das maiores empresas brasileiras listadas em Nova York pesa também sobre os índices dos quais fazem parte. O iShares MSCI Brazil ETF, fundo de investimentos que espelha os principais papéis brasileiros negociados em Wall Street, despencava 3,31% na pré-abertura, e suas cotas eram negociadas por 23,69 dólares.
O quadro indica um novo dia de pressão sobre o Ibovespa, principal índice da B3 e bastante influenciado pelo comportamento dos papéis da Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3 e PETR4).
A implosão dos mercados globais é generalizada nesta segunda-feira. Na Ásia, onde as bolsas já fecharam, a Bolsa de Tóquio perdeu 7,83%. Em Hong Kong, o Índice Hang Seng derreteu 13,22%. Em Xangai, as perdas foram de 7,34%. Na Europa, onde os mercados ainda estão abertos, o Stoxx 600 recua quase 5%; o DAX de Frankfurt cai 4,61%; e o CAC40, de Paris, perde 4,85%.
Os índices americanos também não escapam do banho de sangue. O futuros do Dow Jones, SP& 500 e Nasdaq recuavam 2,05%, 2,4% e 2,73% respectivamente.