Ações da Petrobras caem mais de 10% após decisão sobre dividendos
O Ibovespa encerrou esta sexta-feira, 8, com queda de 1%, puxada pelo derretimento da petroleira

O dia não foi nada animador para o mercado financeiro. O Ibovespa encerrou esta sexta-feira, 8, com queda de 1%, aos 127 mil pontos, puxada pelo derretimento das ações da Petrobras, que desvalorizaram mais de 10%.
A queda acentuada está relacionada à reação decepcionada dos investidores em relação à política de distribuição de dividendos da companhia. A Petrobras anunciou que seguirá sua política de remuneração aos acionistas, propondo uma distribuição de dividendos de R$ 14,2 bilhões, mas não serão pagos proventos extraordinários, o que pode ter desapontado alguns investidores em busca de retornos adicionais.
Além disso, a Petrobras também divulgou seu balanço referente ao quarto trimestre de 2023. Os números revelam um lucro líquido de R$ 31 bilhões para o período, representando uma queda de 28,4% em relação ao mesmo período de 2022. No acumulado do ano de 2023, a empresa registrou um lucro de R$ 124,6 bilhões, o que representa uma diminuição de 33,8% em comparação com 2022. Esses resultados, somados à política de distribuição de dividendos, contribuíram para a avaliação negativa do mercado em relação às perspectivas da Petrobras.
“O desempenho das ações da petrolífera foi impactado pela divulgação de resultados referentes a 2023 aquém das expectativas e pela notícia de que o conselho de administração da empresa decidiu não distribuir dividendos extraordinários do 4T23”, diz Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos. Segundo o economista, a aversão ao risco também refletiu as renovadas preocupações fiscais, diante de indícios de que o governo pretende flexibilizar as regras do arcabouço fiscal para aumentar gastos públicos.
No exterior, as bolsas internacionais acompanharam o ritmo de queda após o dado de emprego dos Estados Unidos vir acima do esperado, indicando uma economia ainda aquecida, o que deve dificultar e atrasar a tarefa do banco central americano, o Fed, em iniciar o ciclo de corte de juros.