Acabou a brincadeira: fábrica da Gulliver vai a leilão por R$ 74 milhões
Em recuperação judicial, empresa diz que não paralisou a produção, apesar da venda
A fabricante de brinquedos Gulliver colocou seus dois galpões industriais em leilão para pagar credores. Em recuperação judicial desde 2017, a empresa brasileira marcou gerações com brinquedos como o forte apache e bonecos de super-heróis. Os galpões que abrigam a operação da Gulliver, em São Caetano do Sul (SP), estão em um terreno de 7,3 mil metros quadrados e têm 11,5 mil metros quadrados de área construída. O leilão terá lance inicial de 74,7 milhões de reais e está marcado para 18 de dezembro, conforme inscrição no site Leilão Judicial Eletrônico (Leje).
A empresa do ABC paulista foi fundada há 53 anos pelos filhos do empresário espanhol Mariano Lavin Ortiz. Ele produzia brinquedos na capital Madrid antes de vir ao Brasil, em 1959, para escapar da ditadura franquista que vigorava no país.
Em publicação numa rede social, a Gulliver negou que tenha interrompido suas atividades devido ao leilão iminente da fábrica. “A Gulliver está tomando medidas cabíveis para solucionar seus problemas. Queremos assegurar a todos que estamos enfrentando desafios, mas estamos trabalhando para resolver a situação e empenhados em superar essa fase”, disse a empresa na terça-feira, 28.
A recuperação judicial da empresa ocorre em meio à derrocada da produção nacional de brinquedos, com o fechamento de uma série de empresas do setor, como Atma, Troll, Glasslite e Balila. Elas começaram a enfrentar dificuldades quando a importação de concorrentes chineses deslanchou no país.