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A crise no Vaticano que pode estourar nas mãos do sucessor de Francisco

Antes de ser hospitalizado em fevereiro, o papa tinha foco em equilibrar as contas dos Vaticano

Por Da redação
Atualizado em 21 abr 2025, 12h22 - Publicado em 21 abr 2025, 12h04

Poucos dias antes de ser internado por causa de uma pneumonia, o Papa Francisco, morto nesta segunda-feira, 21, criou uma nova comissão de alto nível com o objetivo de trazer mais doações à sede da Igreja Católica. A Comissão de Doações para a Santa Sé foi anunciada no dia 26 de fevereiro, pouco mais de uma semana depois que o papa foi hospitalizado e a iniciativa teria sido tomada pelo papa após resistência de cardeais ao corte de gastos, segundo reportagem da Reuters, em fevereiro deste ano.

Enquanto a Igreja se prepara para a série de ritos fúnebres, não se sabe ao certo o estado das finanças do Vaticano que será encontrado pelo próximo papa que será eleito por meio de um conclave. Mas uma coisa é certa, as finanças da Santa Sé eram uma preocupação do papa Francisco. reportagem da Reuters de fevereiro, citava que o último conjunto de contas da igreja, aprovado em meados de 2024, apresentou um déficit de 83 milhões de euros, segundo duas fontes do Vaticano.

Levando-se em consideração que o último relatório oficial sobre as finanças do Vaticano foi divulgado em 2022,e apresentou déficit de 33 milhões de euros, o rombo de 83 milhões de euros indicaria uma deterioração expressiva das contas, motivo pelo qual o papa Francisco estaria empenhado em cortar gastos e reequilibrar as finanças. 

Além do déficit no orçamento, outra preocupação que o novo papa vai herdar é o fundo de pensão do Vaticano, que acumula obrigações cada vez maiores. Em 2022, o então chefe das finanças da Santa Sé estimou que o valor necessário para cobrir todas as aposentadorias futuras chegava a 631 milhões de euros. Desde então, não houve atualização oficial, mas fontes próximas ao tema disseram acreditar que esse valor aumentou ainda mais.

A nova comissão de alto nível da Santa Sé anunciada no fim de fevereiro recebeu a tarefa de impulsionar as doações de leigos católicos, conferências episcopais nacionais “e outros potenciais benfeitores”.

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Entre as ações do papa para cortar gastos está a redução dos  salários dos cardeais. Francisco fez isso em em três ocasiões desde 2021 e, em setembro de 2023, determinou uma política de “déficit zero”.

As principais fontes de receita do Vaticano

Por ser um microestado localizado dentro de Roma, o Vaticano tem uma vida financeira limitada: não pode emitir dívida pública, vender títulos no mercado financeiro nem cobrar impostos dos cidadãos, como fazem os governos tradicionais.

Além disso, desde 2010, o Vaticano tem um acordo com a União Europeia que limita a quantidade de moedas que pode colocar em circulação por ano. Esse limite foi definido inicialmente em 2,3 milhões de euros, o que restringe ainda mais sua capacidade de gerar receita por meios convencionais.

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O Vaticano depende de três fontes principais de receita: doações, investimentos e ingressos dos Museus do Vaticano. Os museus viram queda na arrecadação durante a pandemia, mas registram recuperação desde 2023. No ano seguinte, os investimentos do Vaticano geraram lucro de 45,9 milhões de euros, sendo 35 milhões decorrentes da gestão de imóveis para aluguel. As doações se mantêm em torno de 45 milhões de euros por ano, com picos de 74 milhões em 2018 e 66 milhões em 2019.

Durante, o Ano Santo Católico, Jubileu, em 2025 a esperança é de equilibrar as contas. O Vaticano projeta receber  um número recorde de turistas: 32 milhões de pessoas em 2025. Parte dessa receita, no entanto, é destinada à cobertura dos custos dos museus.

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