Nem todas as histórias têm os finais que se espera. Essa é a primeira lição que o garoto Conor (Lewis MacDougall) aprende no filme Sete Minutos Depois da Meia Noite, em cartaz no país. Apesar de ser baseada em um livro infantil de mesmo nome – publicado no Brasil pela editora Novo Conceito —, a história trata de temas penosos como doença, morte e bullying, mas usa a imaginação como trunfo para tornar belo até o momento mais dramático.
A trama acompanha o pequeno Conor, que vive no interior da Inglaterra e toda noite tem um pesadelo. Ele mora com a mãe (Felicity Jones), que sofre de um câncer em estágio avançado. Com a morte dela cada vez mais próxima, o garoto precisa morar com a avó (Sigourney Weaver), com quem se não dá bem, já que seu pai (Toby Kebbell) vive nos Estados Unidos. Como se não pudesse piorar, ele é vítima constante de bullying no colégio.
No meio de todo esse drama, o garoto passa a ser visitado por um monstro (Liam Neeson), na forma da árvore que cresce no cemitério que vê da janela de seu quarto, sempre no mesmo horário: sete minutos depois da meia noite. O ser fantástico avisa Conor que lhe fará três visitas para contar três histórias diferentes, que nunca tem um final feliz como esperado. Ao fim das fábulas, chegará a vez do menino contar uma história ao monstro: o seu pesadelo secreto.
As complexas histórias ajudam Conor a entender as suas próprias emoções e tudo que está acontecendo com ele naquele momento, mesmo que não tragam uma solução prática e imediata como ele deseja. As sequências narradas pelo monstro se destacam no filme devido ao seu visual fantástico baseado em aquarelas. Os recursos lúdicos legitimam a trama, que não apela para produzir lágrimas, e encantam no encontro com o ótimo elenco.