Escritora atacada por pitbulls se pronuncia pela primeira vez: ‘Estou bem’
Roseana Murray usou as redes sociais para agradecer a equipe médica que a atendeu e tranquilizou os seguidores em relação ao seu estado de saúde
Pouco mais de uma semana após ser atacada brutalmente por três pitbulls, a escritora Roseana Murray apareceu nas redes sociais pela primeira vez após o ocorrido para agradecer aos profissionais da saúde que a atenderam. “Agradeço imensamente à Comissão de curativos do Hospital Albert Torres HEAT. Elas fazem um trabalho de aranhas douradas sobre minha pele. Estou bem”, escreveu ela na legenda de uma foto em que aparecem três membros da equipe médica.
Na manhã da sexta-feira, 5, a autora de 73 anos caminhava pelo bairro de Gravatá, no município fluminense de Saquarema, quando foi atacada pelos cães. Em estado grave, foi levada de helicóptero até o hospital localizado na região de São Gonçalo, e perdeu um braço e uma orelha, além de apresentar ferimentos graves na cabeça. Segundo uma amiga da escritora, ela foi arrastada por pelo menos cinco metros pelos cachorros, que, de acordo com o relato de vizinhos, já haviam atacado outras pessoas na região, mas não com essa gravidade.
Os responsáveis pelos animais foram presos em flagrante, mas acabaram liberados na quarta-feira, 10, depois que a justiça concedeu um habeas corpus baseada no fato de que os pitbulls já foram apreendidos e recolhidos pela Secretaria de Proteção Animal de Saquarema. O caso foi registrado como lesão corporal, omissão na cautela e maus tratos.
Quem é Roseana Murray
Roseana Murray nasceu no Rio de Janeiro, em 1950. Formada em Literatura Francesa, ela começou a escrever poesias voltadas para o público infantil em 1980, com o livro Fardo de Carinho, inspirado por Cecília Meireles. Desde então, não parou mais: ao longo da carreira, publicou mais de 100 livros, e acumula prêmios no universo literário — entre eles o Prêmio da Academia Brasileira de Letras de Literatura Infantojuvenil pelo livro Jardins, em 2002.
Ativa nas redes sociais, ela compartilha quase que diariamente com o público sua devoção pelos livros e pela escrita, trazendo sensibilidade para a rotina com textos poéticos. “Já me disseram que sou uma fábrica de poesia, e sou, porque para existir preciso escrever quase o tempo todo”, proclamou em uma publicação no Instagram que traz uma foto de seus livros mais recentes, entre eles Dançam Porque Não Podem Voar e De Malas Abertas, publicados pela Elo Editora.
Devotada às crianças, Roseana recebe com frequência turmas escolares para contar histórias em um projeto batizado de Café, Pão e Texto, onde a poesia é apreciada pelos pequenos. “Adoro essa faixa de idade, entre 9 e 10 anos. São curiosos, ainda se assombram, se divertem com pouca coisa e logo ao chegar, foram brincar de pique no jardim. Ouvi a frase: ‘estou me sentindo no céu!!!’“, escreveu sobre um dos encontros na rede, finalizando: “quando as crianças vão embora, deixam na casa um rastro luminoso de alegria”.