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Em tempos de Idade Mídia, somos todos Homo Pixel

As transformações exponenciais parecem ser cada vez mais frequentes e talvez extremas. Você está preparado para isso ou para ser extinto?

Por Da Redação 7 mar 2022, 09h30

Se você reparou bem no título texto, percebeu a brincadeira com as palavras Idade Média e Homo Sapiens. E é sobre isso que quero falar com você hoje. Sim, sempre vamos tentar uma busca por sermos mais humanos, mas a verdade é que a digitalização de tudo não para e se você não está na rede, você não é nada. Nem mesmo um idiota.

O processo que eu chamo de Digitalização de Tudo já acontecia há alguns anos. Em outros países já era mais perceptível. Geralmente grandes transformações costumam acontecer quando a sociedade passa por traumas, necessidades ou perigos iminentes ou profundos, como a pandemia da COVID 19 ou mesmo a guerra Russia-Ucrânia. Entendam. Salvo alguma catástrofe global, a tecnologia não retroage. Em menor ou maior escala, ela avança. Fim.

Até mesmo áreas antes “respeitadas” pelo avanço tecnológico, como a política e a religião já estão definitivamente alcançadas e impactadas por esta transformação. E ainda vai mudar muita coisa nos próximos anos. O acúmulo de informação dos últimos 10, 15 anos é maior que o dos últimos 200 anos. Você tem praticamente tudo a sua mão na palma do seu celular. Tudo mesmo. Alguns consideram que até mesmo amor. Mas e eu e vocês? Onde estamos? A resposta é: DEPENDE.

Depende da sua capacidade de adaptação. Por mais que a tecnologia avance cada vez mais rápido, é claro que existem períodos de transição, ainda que cada vez menores. Mas existem. As gerações mais velhas, apesar de não compreenderem muito bem estes avanços extremamente rápidos, também podem usufruir deste poder as vezes apertando um único botão. E vamos ser sinceros. Sempre fomos apenas um número para o sistema. É uma verdade. Assim como a medicina costuma dizer que você é o seu cérebro, em tudo o que você faz você é um número ou hoje, uma senha. Acostume-se. Meu conselho seria realmente para que você assista filmes como Matrix, séries como Mr. Robot, Piratas do Vale do Silício, entre outros.

A geração anterior a década de 80, começa a ser substituída na cadeia de poder global por líderes nascidos entre 80 e 90. E existe um fator de ruptura importante quando estudamos as gerações. Além das claras diferenças de objetivos e perspectivas de vida, a geração Z é a última a pensar na mesma linha de frequência, literalmente, das gerações anteriores. A nova geração, chamada de Alfa, é completamente diferente de tudo que estudamos até hoje. Na casa dos 10, 12 anos atualmente, a frequência cerebral inclusive destes é diferente. É a primeira geração imersiva digital da humanidade. E isso representa uma mudança completa para a sociedade como um todo. Da política à religião. Da forma como consumimos tudo. Produtos, serviços, emoções.

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Por isso entramos nesta nova era, da Idade Mídia e dos Homo Pixels. A era onde você poderá viver digitalmente, talvez além da sua própria vida física se a Inteligência Artificial avançar a este ponto. A computação quântica já é uma realidade, com decisões sendo tomadas em milissegundos pelos computadores. Chips que só podem ser vistos com microscópio. Se até hoje eu afirmo que éramos números na sociedade, daqui para a frente seremos algo que talvez nem conhecido seja.  Nem o prêmio do Big Brother vale mais alguma coisa. O que vale é com quantos seguidores você sairá da casa. Sua audiência. Ela sim vai te monetizar. Os inscritos no seu canal nas redes sociais, sua “relevância”. Ao mesmo tempo que este mundo é maravilhoso  do ponto de vista inclusive da inclusão, ele promove imbecis funcionais ao patamar e status de celebridades, gurus do nada, do óbvio ululante, como dizia Nelson Rodrigues. O digital nos permite acessar conhecimento e pessoas em nível global, quase que instantaneamente, mas também cria novas pragas e demônios como as Fake News por exemplo. Dá voz a coisas maravilhosas mas também à extremistas radicais de toda sorte.

É um mundo definitivamente novo. A privacidade é um caminho cada vez mais utópico. A desmaterialização do que conhecemos hoje está acontecendo em larga escala – basta ver pelas tecnologias financeiras. Em breve o papel (dinheiro físico) desaparecerá. Devemos estudar estas mudanças recorrentes permanentemente. Até porque, ainda que as dores de hoje, possam ser transpostas para dores digitais, elas se manifestarão, ainda, por um bom tempo, no campo físico, nos hospitais, no trabalho, no dia a dia e inclusive nos consultórios de psiquiatria. A área de Humanas será absolutamente fundamental para compreender e atender estas novas demandas de uma geração que considera que estar conectado É sua realidade física, metafísica e talvez, espiritual.

Bem vindo a Idade Mídia e a era do Homo Pixel. O sucesso das sociedades que deram certo ao longo dos séculos sempre esteve na ponderação e no equilíbrio. No respeito aos ensinamentos do passado e na ousadia de avançar para as novidades do bem comum para uma sociedade funcional. Lembrem-se disso. Seja você, do ontem ou do hoje, equilíbrio é a chave.

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